Bom esperar sentado

Teto retrátil da Baixada deve demorar mais que o planejado

O teto retrátil da Arena da Baixada poderá demorar muito mais do que o Atlético planeja. Com a quarta viga içada somente ontem, o clube, na próxima sexta-feira, não contará mais com a supervisão dos engenheiros da Lanik I.S.A. no processo de instalação da estrutura.

No início da semana que vem o acordo entre a diretoria atleticana e a empresa espanhola será findado e, sem um novo acordo até agora, os profissionais voltarão para a Espanha e o clube não contará mais com os supervisores da colocação da tampa do caldeirão rubro-negro.

O diretor-executivo da Lanik I.S.A., César França, que na semana passada esteve em Curitiba para tentar solucionar o entrave da instalação da estrutura, mas não foi recebido pelo presidente Mário Celso Petraglia, afirmou que neste ritmo o teto retrátil poderia estar instalado no dia 28 de fevereiro, mas com a saída dos profissionais da empresa, a conclusão da obra poderá durar até seis meses e isso atrapalharia consideravelmente os lucros que o clube pode ter neste período.

O custo também está aumentando. Somente com a locação de equipamentos para a montagem do teto o clube já gastou 300 mil euros, ou seja, pouco mais de R$ 1 milhão.

“Era preciso colocar uma lupa na obra. Medidas generalistas não resolvem. Identificamos as causas no dia 17 do mês passado e enviamos uma equipe especializada para montar um plano de ação emergencial para a obra. O Atlético preferiu assumir o risco e desencadeou uma série de prejuízos para projeto da cobertura retrátil. Não há como se proteger de todas as consequências, não temos como apresentar medidas corretivas que podem ajudar a reduzir os estragos. Pode ser que não se recupere o atraso, mas algo precisa ser feito, um atraso de dois meses pode chegar a seis meses ou um ano”, frisou França.

Ainda de acordo com o representante da empresa espanhola, o relatório expedido pelos engenheiros da Lanik I.S.A. apontou que a quarta viga da estrutura retrátil foi içada somente ontem, quando a sexta das doze vigas já deveria estar colocada na mesma data. “Era para a obra estar 50% pronta, mas ontem foi içada somente a quarta viga. A sexta viga deveria estar pronta e as coisas tendem a ficar mais complicadas, pois meu pessoal volta para a Espanha nos próximos dias e os trabalhos vão acontecer na obra até sexta-feira”, acrescentou.

Se um novo acordo tivesse sido concretizado na semana passada, quando a reunião foi cancelada por Mário Celso Petraglia e a obra mantivesse este ritmo nos próximos meses, o teto retrátil poderia estar pronto no início de março. “Pelo cronograma a obra ficaria pronta no final de fevereiro, ou início de março. Mas isso se a obra mantivesse o mesmo ritmo. Meus funcionários só vão trabalhar até sexta-feira e não houve conversa para um novo acordo. Depois da tentativa de reunião na semana passada, ninguém mais entrou em contato comigo”, detalhou França.

Durante todo o processo de montagem do teto retrátil, a Lanik I.S.A. pediu ao Atlético maior número de operários e uma tecnologia mais avançada para a instalação da estrutura, mas os pedidos não foram atendidos pela diretoria atleticana. “As perdas se agravam a cada dia de extensão no cronograma.

Quando os desajustes no prazo começaram a dar os primeiros sinais, a nossa empresa sempre recomendou a formação de uma força tarefa com profissionais qualificados para diagnosticar a origem do problema”, concluiu o dirigente da empresa espanhola.