O técnico Claudinei Oliveira acertou ontem sua renovação de contrato com o Atlético por mais uma temporada. O bom trabalho nos 16 jogos até aqui credencia o treinador a encarar um grande desafio de longevidade de técnicos no Rubro-Negro. A partir de agora ele encara a missão de quebrar uma escrita que já dura muito tempo. Em todas as gestões do presidente Mário Celso Petraglia nunca um treinador comandou o Atlético no primeiro e no último jogo de uma mesma temporada.
Desde que assumiu o clube, em 1995, passando por outros momentos em que embora não fosse o presidente de fato, tinha força o suficiente para indicar e derrubar treinadores, Petraglia se destacou por não ter muita paciência com técnicos. Edinho Nazareth, por exemplo, treinou o time em apenas sete jogos em 2005 e Ricardo Drubscky em só dois (depois foi para o time sub-23). A sequência de três derrotas que Claudinei teve durante seu trabalho atual, em outros tempos, poderia terminar em demissão.
O interesse na renovação de contrato foi mútuo. “Foi fácil porque ambos queriam a permanência. O Claudinei queria muito ficar no Atlético devido ao clube, às pessoas que convivem com ele e à família, que está adaptada a Curitiba. O Márcio (Lara, vice-presidente de futebol) me colocou que o Petraglia e ele gostam muito do Claudinei e do seu trabalho. Os valores foram acordados e quando isso aconteceu fechamos”, disse Wagner Ribeiro, empresário de Claudinei Oliveira à Tribuna 98.
A estrutura do Atlético, como sempre, pesou na hora de decidir pela permanência. Ribeiro destacou o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Departamento de Inteligência do clube, que usa a ciência a favor do desenvolvimento dos atletas.
Valorizado pela permanência do Atlético na Série A, Claudinei Oliveira foi sondado por outras equipes, mas sua vontade de permanecer e ajudar a desenvolver os jovens jogadores do clube falou mais alto. “Hoje o Atlético tem uma garotada muito boa e o Claudinei gosta de trabalhar com jovens. Tudo isso contribuiu muito”, disse Ribeiro. Embora seja agente de jogadores, ele garante que não condicionou o acerto com o Claudinei a nenhum outro negócio envolvendo seus jogadores.
Deivid é intocável
A permanência na Série A já garantida deu a tranquilidade que Claudinei Oliveira esperava para olhar o elenco do Atlético mais globalmente. Para o jogo de logo mais contra o Santos, na Arena da Baixada, o treinador deve promover pelo menos duas modificações na equipe. A renovação de contrato do próprio treinador lhe dá a garantia de poder experimentar, sabendo que ele mesmo poderá usufruir dos acertos.
Um jogador, contudo, não deve ser tocado: Deivid. Maior desarmador do Brasileirão, o volante é titular absoluto e deve ser o único imexível nesta reta final.
Os números impressionam. Em 34 rodadas, Deivid tem 128 desarmes, liderando o ranking entre os atleticanos e todos os volantes do Brasil. O curioso é que no início da temporada ele foi muito criticado pelo torcedor. “Faz parte a cobrança. Às vezes as coisas não vão bem e eles pegam no pé. Mas sempre fui tranquilo e sei da minha dedicação nos trabalhos”, disse o volante à Tribuna98.