Suárez garante que está se controlando mais em campo

A dura punição que recebeu da Fifa depois da mordida no italiano Chiellini na Copa do Mundo definitivamente gerou mudanças na carreira de Luis Suárez. Os longos quatro meses de afastamento de qualquer partida oficial fizeram o jogador alterar seu comportamento em campo. Hoje no Barcelona, o uruguaio garantiu que a vontade de vencer é a mesma, mas admitiu que se controla muito mais do que fazia antes do fatídico episódio ocorrido no Brasil.

“Trato de ser o mesmo dentro de campo, mas sem cometer nenhum erro”, declarou. “Minha forma de jogar, minha vontade de querer ganhar, eles não vão conseguir tirar. Mas trato de ser um pouco mais inteligente e respirar, não somente antes de cometer erros, mas também antes de discutir, insultar, de tudo. Pensar um pouco, respirar e aí ser um pouco mais inteligente.”

Convocado para os amistosos contra Chile e Costa Rica, Suárez falou pela primeira vez em uma coletiva de imprensa pela seleção uruguaia desde a Copa do Mundo. Apesar de sua mudança de postura, a punição aplicada pela Fifa ainda interfere em sua vida profissional. Isso porque além dos quatro meses de suspensão, o jogador pegou mais nove partidas oficiais de gancho – uma já foi cumprida – com a camisa seleção uruguaia, o que o tirará da Copa América de 2015 e de parte das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.

Como era de se esperar, Suárez foi perguntado sobre o assunto na coletiva, mas preferiu contemporizar, ainda na esperança de ter a pena reduzida pela Fifa. “Se falo sobre este assunto, posso dizer qualquer loucura. Prefiro lidar com os oito jogos de punição como lidei com os quatro meses de suspensão.”

A Copa do Mundo não sai da cabeça de Suárez. Impedido de ajudar sua seleção na derrota das oitavas de final contra a Colômbia, graças à punição, o atacante lembrou de todo esforço que fez para estar no Brasil, já que passou por cirurgia no joelho pouco tempo antes do torneio e chegou a ficar de fora da estreia uruguaia contra a Costa Rica. Além disso, enalteceu a postura do técnico de sua seleção, Oscar Tabárez, que deu entrevista coletiva defendendo o atacante no dia depois de a punição ser anunciada.

“Não cheguei a chorar, mas me emocionou muito. Este gesto que teve comigo será inesquecível e vou ser agradecido para sempre”, afirmou. “Fiz um esforço para estar com a seleção no Mundial. Se vocês virem meu segundo gol contra a Inglaterra, que muita gente se esqueceu, eu chego cambaleando e meu joelho chega fazendo assim (tremendo). São sacrifícios que fiz e que sequer foram valorizados.”

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