Vida ou morte

Coritiba tem confronto direto contra o Botafogo

Sem direito a erro, o Coritiba entra em campo hoje – às 21h, no Couto Pereira – para um jogo-chave no Brasileirão. Uma vitória sobre o Botafogo pode até não tirar o clube da ZR, mas novo insucesso seria um duro golpe nas já reduzidas esperanças do torcedor coxa-branca. Reflexo de uma temporada muito ruim, marcada por insucessos no Paranaense, na Copa do Brasil e, em especial, nesta Série A. O pífio desempenho de 33,33% confere ao time o rótulo de “favorito” ao descenso. Além dos números ruins, o clube passa por enormes dificuldades fora das quatro linhas e que acabam se refletindo no campo de jogo.

Não bastassem os salários atrasados, o Coxa vive um momento de ebulição política, com a proximidade das eleições para os conselhos deliberativo e administrativo. Período no qual muitos dos problemas financeiros vêm à tona, com direito à desistência de muitos candidatos em potencial – ontem foi o político e empresário Marcelo Almeida que recusou ser candidato -, assustados com o “rombo” nos cofres do clube. O técnico Marquinhos Santos tenta deixas essas questões de lado, mas aí, se depara com um outro dilema: a fragilidade do grupo, que a cada rodada vai se tornando mais evidente. Capaz de boas atuações no Couto Pereira, o Verdão é inoperante e presa fácil jogando fora
de casa.

Um retrospecto que imputa ao time a necessidade de 100% de aproveitamento nos cinco jogos que ainda disputará, a contar de hoje, no seu estádio. Passar pelo Botafogo – outro candidatíssimo à degola – é o primeiro passo para manter o Coritiba vivo nesta disputa, que ao que tudo indica será definida apenas na última rodada, no dia 7 de dezembro. O desempenho do time em casa, sob o comando de Marquinhos Santos, é animador. São quatro vitórias, um empate e apenas uma derrota, esta para o líder Cruzeiro. Os 72,22% de aproveitamento contrastam com o desempenho médio do time, que já completou 25 rodadas na maldita ZR.

O trabalho, desde o último domingo, quando o Coritiba levou uma surra do Figueirense (4×0), foi muito mais no aspecto motivacional do que dentro de campo. Ontem, foi apresentado vídeo aos atletas e a preparação do time se limitou a uma sessão de bolas paradas. Marquinhos Santos cobrou, logo após o revés em Florianópolis, uma atitude competitiva da equipe. Se em derrotas anteriores o Coxa ao menos lutou, desta vez a apatia durante todo o segundo tempo foi, no mínimo, preocupante. Com esse trabalho nos bastidores – e o pagamento de parte dos atrasados, prometido para hoje – a expectativa é que o Coritiba ao menos tenha o mesmo comportamento de jogos passados, no Couto Pereira. “Faca nos dentes”, desta vez, é uma necessidade.