S.O.S.

Ex-dirigentes do Coritiba falam sobre o atual momento do clube

Lanterna do Campeonato Brasileiro e com chances reais de cair para a Série B do ano que vem, o Coritiba passa por um momento delicado também nos seus bastidores. A crise vivida em campo, com a sequência de insucessos colecionados durante a temporada no Brasileirão e no Campeonato Paranaense, e fora das quatro linhas, com o atraso nos salários dos jogadores, preocupa ex-dirigentes do Verdão.

Ernesto Pedroso, vice-presidente de futebol do Coritiba até julho de 2012, mesmo tendo participado da atual gestão comandada pelo presidente Vilson Ribeiro de Andrade, é um dos grandes críticos do atual comandante coxa-branca. “O clube vive um momento delicadíssimo. O problema na gestão financeira criou um passivo muito grande. Foi um momento de empolgação da atual gestão e foram muitas negociações feitas em 2013 e neste ano que não obtiveram o resultado esperado. O plantel ficou extremamente prejudicado. O resultado está aí dentro de campo”, frisou Pedroso.

O ex-dirigente, que ainda não sabe se fará parte de uma oposição nas eleições que serão realizadas no final deste ano, comentou que os coxas-brancas precisam se unir para ajudar o clube. “A atual gestão, principalmente o presidente, precisa ter mais humildade. Há este movimento paralelo que busca ajudar o clube. Vários coxas-brancas estão dispostos a contribuir. A situação é delicada e não há ainda um candidato de oposição, nem nada formatado”, detalhou.

José Fernando Macedo, que deixou o clube no final de 2011, quando Vilson Ribeiro de Andrade assumiu o Coritiba, frisou que é preciso rever os conceitos de administração dentro do clube, mas que, sobretudo, o momento é de união de todos os coxas-brancas para evitar mais um rebaixamento para a Segunda Divisão.

“O Coritiba é de todos. O clube tem uma torcida maravilhosa. A situação é grave e a gente torce para que o clube se livre do rebaixamento, mas é preciso rever todos os conceitos de administração dentro do Coritiba. São várias movimentações de pessoas que querem ajudar o clube. É o momento em que não pode haver desavenças e todos nós estamos à disposição para ajudar o Coritiba. É um momento de união em prol do clube”, acrescentou Macedo.

Presidente coxa-branca de 2002 a 2007, Giovani Gionedis acredita que, faltando dez rodadas para o final do Campeonato Brasileiro, não existe fórmula mágica para livrar o Coxa do rebaixamento, mas que medidas poderão ser feitas para amenizar a situação que vive o Coxa dentro e fora de campo.

“Vejo o atual momento do clube com muito pessimismo, tanto dentro de campo, quanto nas suas finanças. Uma coisa influencia a outra. Medidas precisam ser feitas para que o time se anime para evitar o rebaixamento. Não existe fórmula mágica, mas é preciso colocar o salário em dia, conversar com os atletas e também contar com o apoio psicológico nesta reta final. O que passa o clube é reflexo de anos de gestão e não é um problema que será resolvido faltando dez rodadas”, cravou.

Paulo Thomaz de Aquino, último braço direito de Vilson Ribeiro no comando do clube, deixou a vice-presidência de futebol do Verdão em junho deste ano, mas ressaltou que sempre estará à disposição do clube para ajudar de alguma forma. “Nunca saí do clube. Sempre estarei disponível para ajudar da melhor maneira, independentemente do cargo. Seja o Vilson ou seja outro presidente. Não gosto da palavra oposição. O clube, em consenso, deveria definir os nomes que darão novos caminhos ao Coritiba e não se limitar apenas a uma pessoa”, disse.

Conhecedor do perfil do elenco montado neste ano, Aquino não acredita que o problema financeiro seja responsável pelos resultados ruins colhidos no Brasileirão. “N,ão acredito nisso. Convivi lá dentro e acho que isso não atrapalhou. Fizemos um primeiro turno muito ruim e o trabalho do Celso (Roth, técnico) acabou não se transformando em números e pontos. A chegada do Marquinhos foi muito positiva e pode dar bons resultados ao Coritiba”, arrematou Aquino.