Questão urgente

Impasse do teto retrátil ameaça evento de MMA na Arena

Desde que foi escolhida como uma das sedes da Copa do Mundo, a Arena da Baixada tem sido sinônimo de muitas polêmicas. Depois de ser o último estádio usado no Mundial a ficar pronto e de todo entrave financeiro que envolveu a liberação de recursos para a modernização e ampliação do Joaquim Américo, agora o Atlético terá que resolver com urgência o processo de instalação do teto retrátil que, conforme o Paraná Online antecipou na semana passada, foi parar na Justiça devido à falta de acordo entre o clube e a Lanik I. S.A., que é a empresa responsável pelo fornecimento e pela instalação da tampa do novo caldeirão rubro-negro.

O grande imbróglio no processo foi quanto ao valor cobrado pela empresa para concluir a obra. Sem ter um contrato firmado entre as partes, a Lanik I. S.A., depois de fixar junto à diretoria atleticana, via e-mail, o valor de 94 mil euros para realizar a colocação da estrutura, aumentou o custo para 418 mil euros alegando que o acordo realizado previamente tinha validade para a realização do serviço antes do Mundial e que agora a empresa espanhola não tinha mais agenda para concluir a instalação. Pela estrutura e pelas peças do teto, o Atlético pagou 921 mil euros.

Para que o acordo fosse cumprido, o Atlético entrou na Justiça e, no final de setembro, ganhou uma liminar expedida pelo juiz Rogério de Assis, da 21ª Vara Cível de Curitiba, obrigando a empresa a realizar o serviço de acordo com o valor previamente estabelecido sob pena de multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento da decisão judicial. Porém, a Lanik I. S.A. ainda não foi notificada e terá até 15 dias para recorrer da decisão.

Enquanto isso, as obras de instalação do teto retrátil estão paradas. A Lanik I. S.A., além de cobrar um valor a mais para poder realizar o serviço, já admitiu que, com o estádio concluído, a dificuldade para realizar o serviço é maior, já que os guindastes terão que operar na parte externa da Arena da Baixada. Nos bastidores, de acordo com o poder municipal, há o início de uma conversa para que as partes cheguem a um acordo quanto ao custo da instalação da estrutura.

Se o processo de instalação do teto retrátil do estádio não for retomado em breve, o Atlético pode ter prejuízos com a sua nova parceira na gestão da Arena da Baixada. A G3 United, que substituiu a AEG na gestão compartilhada com o clube, marcou para dezembro a realização do Shooto Brasil, que é um dos principais eventos de MMA da atualidade. A assessoria de imprensa da empresa informou que, se o teto retráril do Joaquim Américo não for instalado a tempo, o evento corre o risco de ser cancelado. Mesmo sem essa garantia, o Shooto Brasil foi oficialmente confirmado para a capital paranaense.

Do lado do Atlético, a confiança é tanta que até o início de dezembro o teto estará instalado que ontem, antes e durante a partida contra o Figueirense, pelo Brasileirão, os telões do Joaquim Américo já anunciaram a realização do Shooto Brasil no estádio atleticano.

Vai começar

Enquanto o entrave envolvendo Atlético e Lanik I. S.A. prossegue na Justiça e a obra do teto retrátil está parada, a Prefeitura de Curitiba deve começar até o final deste mês as obras de revitalização da Praça Afonso Botelho, em frente à Arena da Baixada. Segundo o secretário municipal de urbanismo, Reginaldo Cordeiro, a licitação já foi realizada e as obras devem começar em até duas semanas. “Acreditamos que em breve a instalação do teto será retomada e pode coincidir com as obras da praça. A previsão das obras de revitalização do espaço é de 120 a 180 dias”, informou Cordeiro.