"Fatiados"

Coritiba tem só 56% dos direitos econômicos do atual elenco

O Coritiba, hoje, tem a participação ativa de empresários na formação do seu time. O presidente Vilson Ribeiro de Andrade confirmou que apenas 56% dos direitos econômicos de seus jogadores estão vinculados ao clube. A prática recorrente no futebol brasileiro é uma forma de se buscar recursos rápidos, através de investidores. Quando a corda aperta, fica mais fácil – e rentável – negociar percentuais com grupos empresariais a buscar recursos em bancos, onde os juros são exorbitantes.

A busca por investidores também é a saída mais prática diante da falta de recursos no momento de fazer contratações. Num passado não muito distante, o Coritiba chegou a contar com uma série de atletas de apenas um investidor. Foi o caso da L.A. Sports, que formou a base do time de 2010, logo após o rebaixamento. “Houve, no transcorrer do processo, algumas alterações, em especial após o Coritiba se estabelecer bem no cenário nacional, com duas finais seguidas de Copa do Brasil”, lembra o empresário Luiz Alberto Martins de Oliveira.

“O diretor à época, Felipe Ximenes, fez a opção por trazer jogadores de maior renome, já consagrados. Com isso, perdemos espaço, pois trabalhávamos com atletas mais baratos e em busca de projeção, casos de Émerson, Júnior Urso, Davi, Robinho”, lembrou. A ponto de hoje, a L.A. Sports contar com apenas três jogadores no Alto da Glória: Robinho, Gil e Maykinho. O clube diversificou seus contatos e trouxe outros atletas vinculados a outros grupos empresariais, como Carlinhos (Amaral Sports) e Joel (S.M. Sports).

A necessidade de uma mudança de rumos, após a ‘era’ Ximenes, também fez com que o Coxa, momentaneamente, partisse em busca de soluções técnicas, mas sem a preocupação de participação nos direitos econômicos. Assim, sob a direção de Anderson Barros, o Coxa trouxe atletas por empréstimo, como Helder (Bahia), Rosinei (Atlético-MG) e Welinton (Flamengo).

Hoje, o Coritiba, do seu elenco principal, tem pouca participação no que diz respeito a direitos econômicos dos atletas. O goleiro Vanderlei seria um dos poucos casos onde o clube detém 100% dos direitos do jogador.

O lateral Norberto, numa linha diferente de ação, teve 40% dos direitos adquiridos junto ao América-RN. Luccas Claro é jogador ‘fatiado’, com a participação do empresário Rafael Stival, enquanto Leandro Almeida é dividido em 50% entre o Alviverde e o Dínamo de Kiev, da Ucrânia. Do lateral Carlinhos, o Coxa detém apenas 30%. No setor de meio-campo, a participação do clube se resume a Robinho (a L.A. tem 25% e há ainda a participação do Grupo Sondas no negócio). Hélder e Rosinei são jogadores cedidos por empréstimo até o fim do ano, enquanto Alex é detentor de seus direitos e, no final do ano, encerra a sua carreira (ao que tudo indica).

No que diz respeito ao setor ofensivo, a história não é diferente. Joel veio ‘de graça’, do Londrina, mas o Coxa não terá participação futura nenhuma. Zé Love, que está no clube emprestado pelo Genoa, da Itália, também não trará retorno algum no aspecto econômico. Os investimentos, pensando no futuro, hoje, estariam limitados a atletas mais jovens e reservas, como Reginaldo e Dener, que chegaram através de parcerias com os empresários Miguel Caluf e Jorge Machado, respectivamente. Além do prata-da-casa Dudu (do empresário Gianfranco Petruzziello). Um cenário, minimamente, pouco animador.

Paraná Online no Google Plus

Paraná Online no Facebook