Modelo

Com nova medida da Fifa, Atlético deve virar exemplo

A maneira com que conduz a negociação de seus contratos fará com que o Atlético seja um modelo a ser seguido para que os clubes se adaptem às novas orientações da Fifa. Na semana passada a entidade deliberou sobre a participação de empresários e fundos de investimentos na compra de direitos econômicos de jogadores, proibindo essa prática a partir de um período de carência entre 3 e 4 anos.

Nas negociações que conduz para a contratação de jogadores, promoção de juvenis para profissionais e também para a venda de atletas o departamento de futebol atleticano exige ter a porcentagem maior. Com isso, garante poder de barganha nas negociações futuras e amplia o leque de possibilidades para lucrar com vendas futuras. No atual time titular, seis jogadores têm a maioria de seus direitos vinculados ao Rubro-Negro.

Para o empresário Roberto Gilvaz, representante do goleiro Weverton, os clubes que mais irão sentir as mudanças são aqueles que têm problemas de gestão, ou seja, são mal administrados. “É uma questão de gestão. No Atlético a gente sabe que isso não acontece. O Atlético nunca fica com a menor parte do jogador. Sempre tem ou 50% ou mais”, disse à reportagem do Paraná Online.

Clubes mais expostos

As medidas da Fifa, segundo Gilvaz, que também é advogado, dificilmente encontrarão amparo legal na legislação brasileira. Para ele, as mudanças tendem a favorecer apenas os clubes europeus, que têm mais condições financeiras e passarão a regular o mercado. “Vai depender da normatização e desse estudo que vão fazer. Essa exigência vem atender aos interesses dos clubes de fora. Não estão protegendo jogador nenhum fazendo isso. Nem os clubes. Você expõe muito mais. A partir do momento que o clube não puder contar com o investidor, com o empresário que ajude a pagar salários do jogador ou até trazer jogador de renome, você vai prejudicar o clube”, disse.

Segundo o empresário, hoje a ajuda deles é fundamental, inclusive para que os clubes possam investir nas categorias de base. “Às vezes você tem 80 jogadores na base, mas só saem 5 ou 6. Tem que se financiar isso. Categorias de base não dão retorno. Não vende ingresso”, acrescentou.

As mudanças deixarão os clubes muito mais expostos. “Vamos deixar de ter jogadores protegidos justamente por esses investidores que são condenados agora, para ficar a mercê do capital exterior. Outros mercados, como a Arábia, vão voltar a ter influência e levar jogadores com mais facilidade”.

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