Negócio melou

Alegação do Coxa para não contratar Giancarlo não tem fundamento

A novela envolvendo Coritiba e o atacante Giancarlo ganhou um novo capítulo. Ontem era o dia dado pela Justiça para o Coxa se manifestar sobre a ação movida pelo atleta na terça-feira. O clube coxa-branca vai utilizar o “padrão Fifa” para justificar o porquê melou o negócio. Enquanto isso, o atacante deve voltar segunda ao Paraná Clube.

Na quarta, a juíza Anelore Rothenberg Coelho deferiu o pedido de Giancarlo e deu até o final de semana para o departamento jurídico coxa-branca apresentar sua manifestação. A própria diretoria não quis comentar sobre o assunto nos últimos dias e deixou o assunto para seus advogados, que protocolaram a defesa no final da tarde de ontem, afirmando que o jogador não tinha contrato assinado. Na ação, o camisa 9 anexou todos os exames feitos no Hospital Cardiológico Constantini no processo para comprovar que não existe anormalidade nenhuma – e, inclusive, foi aceita em clubes anteriores, como São Caetano, Ponte Preta e Paraná. Mas o Coritiba não confiou e, apesar do presidente Vilson Ribeiro de Andrade ter falado na questão financeira, o gerente de futebol, Anderson Barros, apontou para algo clínico.

Assim, o Coritiba vai alegar que a avaliação de seu departamento é diferente do habitual usado como padrão. No caso, esse exame feito pelos médicos alviverdes segue a mesma linha da Fifa e apontaria um resultado diferente do apresentado por Giancarlo na questão cardiológica.

Protocolo

A entidade máxima do futebol possui uma Comissão de Medicina, que é um órgão permanente, além de um regulamento (manual) próprio. Nesta área, a Fifa ainda tem o Centro de Pesquisa e Avaliação Médica (F-Marc).

A F-Marc, por exemplo, foi fundada em 1994 e ajuda em um rigoroso processo seletivo para a escolha de Centros Médicos de Excelência da Fifa, concedido por um período de cinco anos, durante o qual todos os centros fazem relatórios anuais das suas atividades. Por todo o mundo, a organização credenciou 20 empresas que possuem esse ‘selo de qualidade’.

No Brasil, apenas um. O Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo é o principal centro brasileiro para o futsal e atende a seleção nacional, além de equipes de futebol paulistas. O centro ortopédico, fundado há 60 anos, é credenciado desde outubro de 2009.

Igual

André Pedrinelli, médico indicado pela Fifa na IOT, desconhece de algo que seja diferente usado pela entidade em relação aos outros. “Temos um padrão, nada de sofisticado. Todos os clubes fazem esses tipos de exames. A única coisa diferente é um questionário padronizado, que usamos para organizar melhor as informações. De resto, é igual aos demais”, explicou. Já José Fernando Macedo, diretor da Associação Médica do Paraná (e que foi médico, diretor e vice-presidente do Coxa), afirma que esse fato está estranho. “É tudo padronizado mesmo. É uma história muito esquisita para entender, deve ter algo de errado na negociação que o clube não quer divulgar. Só poderia falar algo com maior avaliação se tivesse acesso a tudo”, disse o médico, que está há dois anos fora do Alto da Glória.

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