Fora da caricatura

Hernani é diferente da maioria e não se liga em redes sociais e celular

Hoje é bem fácil descrever um jogador de futebol. Estereótipos não faltam. É boné na cabeça, penteado esquisito, fone de ouvidos by Dr. Dre e celular nas mãos. No Atlético, contudo, um jogador em especial tenta fugir dessa caricatura, prefere focar seu tempo no trabalho, comer, dormir e viver o futebol intensamente, além de não abrir mão de trocar uma ideia ao vivo com seus amigos. Aos vinte anos, Hernani pode ser enquadrado na classe dos diferenciados do CT do Caju.

Impossível não deixar de falar do famoso estilo mineiro de ser. Natural de São Gonçalo do Sapucaí, o meia atleticano é quietão, mas nem por isso alheio às diversões contemporâneas. Se diverte no vídeo game, mas é no campo que se sente em casa. Mesmo depois de ter estourado a idade e o salário para ter garantida uma vaga para morar no CT do Caju, o jogador conseguiu o privilégio de continuar respirando o futebol rubro-negro diariamente.

“É um menino muito dedicado. Ano passado conversamos com o Lopes (Antônio, ex diretor de futebol) e o Mário Celso (Petraglia, presidente), para ele não ir embora do CT. Ali você respira futebol, acorda no horário, se alimenta bem e descansa bem. O próprio Hernani pediu para ficar quando pediram para ele sair. Tem uma política interna do clube que quando atinge um salário ou uma idade, tem que deixar o local. Ele quis continuar trabalhando e o resultado está aí. É uma coisa dele, mas tá dando resultado”, contou Marcos Casseb, empresário do jogador, à Tribuna 98.

Além de morar no CT, Hernani é lembrado por não se encaixar no padrão “jovem jogador”. “Se falar um negócio para você ninguém acredita. Ele tem um celular, mas que fica largado num canto. Já viu alguém da idade dele fazer isso? Não é daqueles que fica no celular o dia todo. Eu costumo pôr uns lances e gols no Instagram, mas ele dá risada e diz que nem tem. É muito centrado, trabalhador. É diferente mesmo”, afirmou Casseb.

Experiência e treino

Hernani apareceu para o torcedor atleticano ainda no Paranaense do ano passado. Foi titular no Mundial sub-17 com a seleção brasileira e acabou emprestado para o Joinville. A experiência no clube catarinense foi determinante para o seu amadurecimento. “Foi muito importante. O Joinville serviu como base para esse ano e para acontecer o que está acontecendo”, contou o empresário. “Disputar um campeonato como a Série B, com bastante pegada, é importante para a carreira do jogador. Perde o medo do jogo e facilita aquela transição para o profissional”, acrescentou.

No Paranaense foi titular em quase todos os jogos e teve que encarar o grande dilema da sua curta carreira. Ao término do Estadual, o grupo foi dividido entre os que seriam aproveitados no profissional e o sub-23.

Enquanto aguardava a brecha, Hernani teve a chance de sair. “Quando ele ficou no sub-23 perguntamos se ele queria sair. Tínhamos proposta do Náutico. Ele disse que não queria, que iria ficar, trabalhar que sua chance de jogar a Série A chegaria. E chegou”, completou Casseb.

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