Vai ser de arrepiar!!

Torcida conta as horas para poder gritar e vibrar na Arena

É difícil traduzir em palavras o que cada torcedor do Atlético sentirá amanhã, a partir das 19h30, quando o apito do árbitro determinar o início da partida entre o Furacão e o América-RN. O jogo, partida de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, será mero coadjuvante no meio de sentimentos difíceis de explicar, mas gostosos de sentir. O dia, a hora, o apito, marcarão o fim de uma angustiante espera de 1.005 dias. Com as emoções afloradas, o torcedor atleticano finalmente voltará para casa. O cálculo não é mais em dias, mas sim em horas.

E não há argumento no mundo capaz de abalar o que será testemunhado no velho (mas repaginado) Joaquim Américo. Foram 287 semanas de peregrinação por estádios acanhados, distantes, frios e, acima de tudo, estranhos. Foram casas, mas não foram lares. O lar do atleticano fica no final da Engenheiros Rebouças. Na “Praça do Atlético”. Ali, palco de quatro partidas do maior evento de futebol do mundo, que os atleticanos vão se reencontrar. Cumprimentos, risadas e lembranças. Um pouco (pouco?) de insatisfação com o momento do clube. E com certeza pelos arrepiados. E lágrimas.

Pelo menos 22 mil já estão habilitados para participar desse momento. “Todo mundo sonhou com essa volta, cada um do seu jeito. Uns queriam um grande show, outros um grande adversário. Alguns queriam apenas aquela cantora de vestido longo entoando o hino do Furacão. O que realmente temos? É uma contagem regressiva no site do clube e a esperança de um milagre. Apesar dos pesares, é muito bom poder voltar para casa, agora ainda mais linda e invejada”, disse o torcedor Henrique Stockler.

A bola já correu por ali. Além da Copa e de dois jogos testes, o time atleticano disputou quatro partidas pelo Brasileirão: duas vitórias (Botafogo e Criciúma), uma derrota (Fluminense) e um empate (Bahia). A reforma da Arena para a Copa e a punição imposta pelo STJD pelas brigas da torcida no jogo contra o Vasco (última rodada do Brasileirão de 2013, em Joinville) tornaram o reencontro o desejo de todos, mas com acesso para poucos. Quem não é sócio terá que aproveitar os primeiros dias da visita do salário na conta corrente e lançar mão de pelo menos R$ 150, o ingresso mais caro do País.

Família atleticana

O ponto de encontro da família atleticana está de volta. “Muita saudade, muito sacrifício e muita ansiedade. O dia 3 de setembro será inesquecível. A Baixada pra mim é um templo. Lá eu me transformo. Eu canto, grito, choro, me divirto, me revolto, fico perplexo, fico tenso e até pensativo. Como você fez falta, Baixada. Nesta quarta estaremos lá e então a Baixada poderá esquecer aquela canção: Tá tudo cinza sem você, tá tão vazio. Tinha a sensação que a Baixada cantava essa música enquanto pagávamos o nosso castigo. Quarta o caldeirão vai ferver e a saudade vai embora”, afirmou o atleticano Giuliano Almeida.

Corações rubro-negros

É a hora de se permitir sentir algo diferente. É hora de reforçar para não judiar de um coração. Imagina de três na mesma pessoa. “Voltar pra Baixada tem um sentimento ainda maior pra mim. É a estreia dos meus meninos (Fernando e Miguel), que ainda estão na minha barriga, no estádio no qual comemorei tantas vitórias. Por alguns anos da minha vida sonhei este dia. Desde que descobri a gravidez não teve um dia que não falasse com eles sobre o Atlético, cantasse o hino e falasse dos planos que tenho para eles. Não consigo ver os meus meninos longe da Baixada, torcendo, pulando, cantando como a mãe deles sempre fez. Não há presente maior que esse”, emocionou-se a atleticana Evelen Torrens.

Privilégio de poucos fiéis

É atleticano e quer correr ,se associar para ver este jogo? Sem chances, a não ser que esteja com a carteira cheia. Os novos sócios de hoje e amanhã só entram na Arena para ver o jogo contra o América-RN se pagarem três mensalidades adiantadas. Quem se manteve fiel durante o longo período de afastamento, entretanto, vai poder matar a saudade. “A ansiedade em voltar para casa não diz respeito exatamente à Baixada. O estádio ficou lindo, isso é fato! Mas é a alegria de retornar para a arquibancada e ver o meu Atlético pisar no gramado do Joaquim Américo que me emociona. É novamente ver time e torcida em casa jogando juntos. O estádio é apenas um amontoado de tijolos cinza. Mas quando a nação atleticana o preenche de vermelho e preto, e a camisa que só se veste por amor desfila pelo campo, é que o Joaquim Américo ganha alma”, afirmou a atleticana Ana Flávia Weidman.

E quanto ao jogo? Bem, o Atlético precisa vencer por pelo menos 3×0 para levar para os pênaltis ou por quatro gols de diferença. É injusto jogar a responsa nas costas da galera, mas certamente ela dará a sua costumeira (e saudosa) contribuição.

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