Decepção

Ídolo do Atlético, Jackson comenta atual fase do time

Um dos grandes ídolos do Atlético, o ex-jogador Jackson, principal nome do épico time do Furacão de 49, se pronunciou sobre o atual momento do futebol atleticano. Anteontem, durante a entrevista para o caderno especial que a equipe de esportes Tribuna 98 está produzindo sobre os cem anos da Baixada e que será lançado na semana que vem, Jackson, que completou 90 anos no último domingo, pediu para dar sua opinião sobre o departamento de futebol do Furacão.

“Eu acho que o Atlético está passando por um momento difícil e por situações incríveis de falta de jogadores e o seu departamento de futebol também não é suficiente. Não vejo ninguém dentro do departamento de futebol que conheça futebol, que possa se responsabilizar se o time for rebaixado. Ele sai da direção e some e o Atlético fica um ano com prejuízo de milhões”, resumiu Jackson, que já foi diretor de futebol do Furacão na década de 60 e exerceu muito bem essa função dentro do clube.

O ídolo rubro-negro, mostrando estar por dentro da situação do time atleticano na temporada, criticou primeiramente a estrutura montada do departamento de futebol do Atlético. Jackson, no entanto, foi além, e deu a solução para o Furacão voltar a engrenar dentro das quatro linhas. Para ele, a contratação de Barcímio Sicupira, outro ídolo do Rubro-Negro, como diretor de futebol, ao invés de contar com um departamento de inteligência, seria uma das soluções para o clube montar uma equipe mais competitiva e capaz de brigar por voos mais altos dentro das principais competições nacionais.

“O Atlético tem dentro da sua estrutura uma pessoa que eu indicaria com a maior facilidade para assumir a direção do futebol, que é o Sicupira. Ele é ídolo, foi um craque, entende de futebol por dentro e por fora, pois é comunicador esportivo. O Sicupira tem pulso firme e ninguém se aproximaria dele para vender jogador e não admitiria propina ou algo assim. Ninguém ia vender a ele porcaria, pois ele, olhando já sabe se é bom jogador ou não. O clube procura jogadores na Espanha e não sei mais aonde, mas ninguém conhece, nem eles mesmos sabem que são”, cravou.

Para Jackson, com a construção da nova Arena da Baixada e com a volta da torcida ao caldeirão, chegou a hora do Atlético, em campo, acompanhar o crescimento e a transformação que está passando o clube. “Imagine o Atlético com esse estádio fantástico está penando para não sair da Primeira Divisão e, se o Sicupira fosse o diretor, não ia acontecer nada. Ninguém ia vender para ele gato por lebre, pois ele sabe e conhece bandido e malandro a cem metros de distância. Hoje o futebol brasileiro está na mãos dos empresários e dos agentes, onde se envolvem dirigentes e técnicos. Essas pessoas estão acabando com o futebol brasileiro”, concluiu o ex-jogador atleticano.

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