Tricolor vira o jogo

Gustavo é um dos experientes que seguram a onda no Tricolor

“A glória é tanto mais tardia, quanto mais duradoura há de ser. Porque todo fruto delicioso amadurece lentamente”. As palavras do filósofo alemão Arthur Schopenhauer podem fazer com que o torcedor do Paraná Clube tenha esperança de dias melhores. O tempo, em outros tempos “o senhor da razão”, tem sido ingrato por um lado, o das finanças, mas excelente companheiro por outro, o do rendimento dentro de campo. A história tricolor em 2014 foi construída com a influência direta do tempo.

O tempo ruim

O passar dos dias, a virada de folhas no calendário, criaram problemas e deixaram marcas. Os meses com noventa dias prejudicaram o dia a dia dos jogadores e funcionários paranistas. Os atrasos salariais acompanharam o time e dividiram a atenção nas manchetes. Promessas não cumpridas e trapalhadas pioraram o clima. Mas não foram suficientes para manter o baixo astral e o baixo rendimento do time.

Nessa hora o time só não entrou em colapso pela intervenção dos líderes do grupo. Claudinei Oliveira, Lúcio Flávio, Marcos e Gustavo foram decisivos. “A gente tem que ter calma, mas ao mesmo tempo matar um leão todos os dias. Trabalhar no limite”, afirmou o zagueiro Gustavo à Tribuna 98. “É difícil falar sempre da mesma situação. Eles (diretoria) têm que nos deixar tranquilos para trabalhar. Todo funcionário, todo ser humano quer trabalhar e receber no final do mês. Mas às vezes o mês aqui tem noventa, cem dias”, reclamou.

O tempo bom

Aí vem a intervenção positiva do tempo. O mesmo tempo que convertido em salários assombrou os jogadores, foi fundamental para que o time se desenvolvesse e evoluísse. “Muitas coisas mudaram, principalmente o comprometimento dos atletas para fazer aquilo que o Claudinei passa para a gente. Essa evolução é nítida nas partidas, principalmente em casa”, disse Gustavo.

Para o técnico Claudinei Oliveira, a evolução do time era projetada. E o tempo foi fundamental para que ela se concretizasse. “Se você tem um tempo grande para treinar e o time não evolui, não mostra bom futebol, dá a impressão de que o trabalho esta sendo mal feito. Quem fez acontecer foram os jogadores. Durante a semana temos 70% do mérito e eles 30%. No jogo inverte. Esse tempo que tivemos na parada de Copa usamos bem”, disse o treinador.

Os números são otimistas. São quatro vitórias na Vila Capanema, com melhora no ataque e na defesa. “Série B é de muita pegada e estamos sabendo jogar, fazendo gols e marcando. São dois jogos que não tomamos gol. Tomando menos gols, consequentemente acaba marcando e as vitórias acontecendo”, disse Gustavo.

Os problemas salariais e os treinamentos foram fundamentais também para aproximar os atletas. A união contribui para que o time melhorasse em todos os aspectos. “Vejo também a evolução na confiança do grupo. Essa união é maravilhosa”, afirmou o zagueiro. “Quero também enaltecer o trabalho do Claudinei. Um treinador jovem e aberto para conversas. Em termos táticos é importante ter o comprometimento com o que aquilo que ele passa. Às vezes o treinador passa algumas coisas, mas a gente não acredita muito naquilo. Aqui vem sendo diferente”, concluiu.

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