Jogo de interesses

Presidente do Coxa ataca o “Bom Senso” e ainda esculacha a imprensa

A proposta, em tramitação no Congresso Nacional, que prevê, dentre outros pontos, o refinanciamento das dívidas dos clubes do futebol Brasileiro, 15º do mundo em média de público, deve ser aprovada até o mês de setembro, mas até lá alguns pontos ainda precisam ser afinados, principalmente entre dirigentes e jogadores. Na semana passada representantes dos 40 clubes das séries A e B estiveram em Brasília reunidos com a presidente Dilma para tratar de alterações na proposta de lei que já é discutida há um bom tempo. Hoje a dívida dos clubes gira em torno de R$ 4 bilhões. Neste ponto, por exemplo, pela proposta, os clubes poderão refinanciar suas dívidas ao longo de 25 anos, tendo como contrapartida para os que não cumprirem com a obrigação uma punição severa com perda de pontos e até rebaixamento.

O principal conflito apareceu depois que o zagueiro Paulo André, atualmente no Shangai Shenhua, da China, principal liderança do grupo Bom Senso FC, se manifestou em carta para o blog do jornalista Juca Kfouri, onde ele questionou a proposta debatida pelos clubes e atacou o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, hoje representante dos times que discutem o assunto. O zagueiro questiona as punições aos dirigentes que já cometeram irregularidades que resultaram nesta dívida e pede para que não acreditem no presidente do Coritiba, desmerecendo o que vem sendo levantado pelos clubes. “Não caiam no papo do Sr. Vilson de Andrade, espertalhão, que diz que eles (dirigentes de clubes) defendem uma punição mais dura do que a que propõe o Bom Senso. [90% da proposta deles (jogadores) está incluída na dos clubes. Eles falam em perda de pontos, nós falamos em rebaixamento. Essa é a grande diferença], disse, com gigantesca cara-de-pau, o atual presidente do Coritiba”, relatou Paulo André. Na carta o zagueiro ainda questiona a forma como a CND (Certidão Negativa de Débito) deve ser apresentada pelos clubes, alegando que uma vez por ano basta, e levanta outras punições, que segundo o Paulo André a lei não contempla.

Resposta

Em entrevista a rádio 98 FM, Vilson Ribeiro de Andrade questionou o posicionamento de Paulo André dizendo que ele está mal informado e que são poucos os pontos de conflito entre as propostas dos atletas e a dos dirigentes. “Conflito existente só tem um, o passado com as pendências trabalhistas, pois os clubes não aceitam o que eles querem, os clubes aceitam da publicação da lei em diante. O passado é uma história que está na Justiça do trabalho e tem que ser resolvido lá. E tem outra diferença fundamental, eles (jogadores) não querem o rebaixamento, o que eles querem é na realidade um aviso, depois uma multa, depois mais um aviso e mais uma multa, depois a perda de pontos e por último o rebaixamento. Os clubes não concordam com isso”, disse Vilson Ribeiro de Andrade.

Sobre a apresentação da CND (Certidão Negativa de Débito) dita por Paulo André como sendo uma vez por ano, Vilson também comentou. “É outra mentira dele, porque a CND, pela lei, você tem que apresentar antes de toda competição. O Coritiba tem quatro competições, 30 dias antes de cada tem que apresentar a CND, se for para a Libertadores tem que apresentar também, então são cinco vezes ao ano se for para a Libertadores. Ele não leu isso na lei”, disse Andrade.

Durante a entrevista o presidente do Coritiba e líder dos clubes que disputam as séries A e B se irritou como o caso veio à tona. “A imprensa é uma piada, desculpe usar esse termo, vocês são uma piada. Se o cara falou um monte de besteira pega a lei e lê direitinho para checar o que ele falou. Vocês não fazem isso, aí vocês têm que procurar. Eu que não tenho nada a ver com isso. O autor da lei são os clubes que apresentaram uma proposta e essa proposta foi avaliada pelos deputados e foi feito um substitutivo pelo deputado Otávio Leite(PSDB,/RJ). Então, para esclarecer seu Paulo André, vocês ligam para o Otávio Leite”, disse o cartola (ver matéria na página 13). Vilson Ribeiro de Andrade ainda completou que hoje trabalha em prol do futebol brasileiro e tem uma representatividade jamais tida neste estado e que isso sim deveria ser valorizado. “Ninguém nesse estado, nenhum dirigente nesse estado teve a importância que eu estou tendo no Brasil hoje e vocês não valorizam. Essa é a pura realidade, a autofagia aqui é um absurdo, é inaceitável a autofagia dos paranaenses”, finalizou Vilson.

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