Cadê a grana?

Trabalhadores seguem sem receber por obras na Arena

Com os recursos da última parcela do quarto contrato de financiamento firmado junto à Fomento Paraná em caixa desde quarta-feira, a CAP S/A ainda não efetuou os pagamentos das dívidas com as empresas e empreiteiras que prestaram serviços na reforma e ampliação da Arena da Baixada, palco de quatro partidas da Copa do Mundo no mês passado. Ontem de manhã, um grupo de aproximadamente 35 pessoas ficou em frente ao estádio a fim de receber do Atlético os valores devidos, mas sequer foram recebidos pela diretoria atleticana.

Proprietário de uma das empresas que prestou serviços de limpeza na remodelação do novo caldeirão atleticano, Wagner Júnior frisou que o clube também não passou nenhuma previsão de pagamento e que os vencimentos já chegam a dois meses. “Viemos aqui para a frente do estádio, mas eles não nos receberam e não deram nenhuma previsão de pagamento”, contou Júnior.

De acordo com o empresário, na tarde de quinta-feira, sabendo da liberação dos recursos por parte da Fomento Paraná, representantes de empresas e empresários chegaram à Arena da Baixada para conversar com a diretoria de finanças do Atlético, mas não foram recebidos. Ontem de manhã o grupo voltou ao estádio, mas novamente não teve nenhuma resposta por parte do clube. Júnior disse ainda que o atraso no repasse do dinheiro está prejudicando o andamento da sua empresa.

“As dificuldades são muito grandes. As empresas têm funcionários e que estão sem receber desde o dia 30 de maio. Já são quase dois meses de atraso. Além dos funcionários, temos que arcar custos com fornecedores, com despesas da própria empresa e com o acerto dos trabalhadores que contratamos para trabalhar na Arena. O dinheiro agora está travado na mão do Atlético”, reforçou Wagner Júnior.

Com a finalização da Copa do Mundo e com o Atlético tendo cumprido sua parte em receber bem os quatro jogos do Mundial, o clima entre os empresários é de insegurança quanto ao recebimento dos valores devidos pela CAP S/A, já que até alguns funcionários do próprio clube estão com os salários atrasados. “Está todo mundo inseguro e acreditando que eles vão usar o dinheiro para finalizar o teto retrátil. Os responsáveis pelo Atlético, em algumas reuniões, até ficaram bravos quando surgiram esses comentários. Conversando com um e com outro aqui na frente, até os funcionários do Atlético estão sem receber salário. A gente começa a analisar que o clube estava esperando o dinheiro da Fomento Paraná para pagar as suas despesas internas e iniciar a colocação do teto retrátil”, concluiu Júnior.

A empresa de Wagner Júnior foi contratada durante a Copa do Mundo pela empresa Agogô, responsável pelas estruturas temporárias do estádio, para cuidar da limpeza da Arena da Baixada, mas já recebeu pelos serviços prestados durante o Mundial. Se o Atlético não passar nenhuma posicionamento aos empresários até a manhã de segunda-feira, um protesto durante o dia deve ser organizado pelo grupo.

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