SOS Paraná

Torcida Organizada do Paraná pede venda de patrimônio do clube

“E você, vai deixar o Paraná Clube acabar?” Este foi o título da carta aberta divulgada pela torcida Fúria Independente sobre a atual situação do Tricolor, que está nas últimas posições da Série B e passa por grandes dificuldades financeiras. A facção organizada paranista, que chegou a patrocinar o time em alguns jogos da Segunda Divisão do ano passado, alertou que se não houver mudanças emergenciais – incluindo ações polêmicas, como a venda da sede da Kennedy -, o tempo de vida do clube será curto e o Paraná corre o risco de fechar as portas.

“Hoje, não temos capital de giro que mantenha a casa em ordem. Resultado: salários atrasados de jogadores e funcionários, não cumprimento de acordos judiciais, nenhum investimento na manutenção do patrimônio e o mais grave, o aumento da dívida em cifras milionárias a cada ano. Precisamos enxergar que, desta maneira que nos encontramos, nos resta pouco tempo de vida. Isso mesmo, se continuar assim, vamos acabar!”, diz um trecho da nota.

Na nota, a diretoria da facção organizada mostrou alguns caminhos para o Tricolor sair definitivamente da crise atual. A Fúria pede definitivamente a valorização do futebol com relação a atividade social do clube, que também sofre com a crise financeira que atravessa o Paraná Clube. Para isso, a venda da sede da Kennedy, que vale aproximadamente R$ 100 milhões, seria uma das medidas que teriam que ser tomadas para salvar o futebol paranista.

Com a venda da sua sede social, o Paraná conseguiria pagar todas as suas dívidas e teria, enfim, condições de formar times mais competitivos para voltar à primeira divisão e, assim, passar a arrecada mais com verbas de patrocinadores e de televisão, podendo chegar a arrecadar R$ 40 milhões anualmente caso volte a disputar a elite do futebol nacional. “Se vendermos a Kennedy, poderemos quitar todas as nossas dívidas. Pense conosco o que é mais viável: perder as sedes e ficar com a dívida, ou vender uma sede e quitar as dívidas? Somos um dos únicos clubes do Brasil que tem a solução dentro dele mesmo”, argumentou outro trecho da nota.

A carta defende também veementemente a valorização do futebol e pouco retorno que a sede da Kennedy traz ao Paraná Clube. De acordo com a facção, o clube tem atualmente dois mil sócios olímpicos, com arrecadação mensal de apenas R$ 300 mil. Além de toda a preocupação com a atual financeira, a diretoria da torcida organizada afirmou que, se não conseguir evitar o rebaixamento para a Série C, o Tricolor fatalmente fechará as portas. “Outro problema, somado a toda a situação exposta, é o risco de cair para a terceira divisão. Se cairmos, fechamos as portas do mesmo jeito. Sem calendário não tem o dinheiro da televisão, sem televisão não tem patrocinadores e, ainda por cima, o Paraná deixa de ser ‘vitrine’ para jogadores. Ou seja, sem dinheiro não tem futebol e sem futebol não tem clube. Acabaremos da mesma forma”, frisou.

Por fim, depois de expor todos os problemas e de apontar algumas soluções para tirar o Tricolor da crise que atravessa, a torcida organizada comparou a missão de tirar o clube dessa situação a uma guerra e convocou todos os paranistas para, unidos, contribuírem em prol da salvação do Paraná Clube. “Estamos convocando um exército. Um exército que conta com milhares de soldados que amam o Paraná Clube. Soldados que não se escondem na hora em que estamos acuados. Um exército que entrará para a história e será conhecido por transformar o fim num novo começo. Queremos saber – com a maior humildade do mundo – quantos soldados estão dispostos a lutar pelo Paraná Clube?”, concluiu a nota.

Esquiva

A diretoria tricolor acabou se pronunciando através do vice-presidente de futebol. “É um documento importante e mostra a preocupação que eles tem com o, clube. Se todos agissem desta forma, nossos problemas seriam bem menores. O que pontualmente deve ser analisado é a condição de execução de cada proposta, mas no sentido geral é muito coerente. Louvável a postura deles cobrando os próprios torcedores que não se associam e não aparecem nos jogos. Esses poderiam ajudar, e muito, principalmente com sua presença no estádio”, disse Celso Bittencourt.

Colaborou: Gustavo Marques

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