Löw admite influência de outros países em seu trabalho

Enquanto no Brasil muita gente clama por uma reforma profunda no futebol do país, até com a contratação de um treinador estrangeiro para a seleção, a Alemanha colhe os frutos de uma renovação feita de outra maneira. A Federação Alemã não contratou um forasteiro para comandar seu time, mas buscou além de suas fronteiras a inspiração para fazer uma mudança de rota.

Personagem principal da renovação promovida na seleção da Alemanha nos últimos 10 anos – primeiro como auxiliar técnico de Jürgen Klinsmann e depois como treinador principal -, Joachim Löw diz que foi muito importante absorver influências de outros países para mudar o estilo de jogo da seleção, que antes era baseado na força e hoje privilegia a técnica. Segundo ele, a Holanda foi uma grande inspiração, apesar da rivalidade que existe entre os dois países.

“A Holanda, mesmo sendo um país pequeno, sempre teve jogadores excelentes. É uma seleção que sempre ocupa bem os espaços do campo”, comentou Joachim Löw. “Nos últimos anos, olhamos para o lado de fora da fronteira alemã e vimos como treinam os holandeses. Os treinadores de lá fazem uns treinos muito bons”.

O fracasso nas Eurocopas de 2000 e 2004 (em que o país não passou da primeira fase) e uma goleada de 5 a 1 sofrida diante da Inglaterra, em casa, pelas Eliminatórias para a Copa de 2002, levaram a Federação Alemã a mudar profundamente o futebol do país.

Muito dinheiro foi investido em categorias de base e a ordem era dar prioridade a garotos talentosos, mesmo que não tivessem força física. O resultado é que hoje a Alemanha possui jogadores de grande categoria, como Özil, Müller, Götze e Kroos, entre outros, o que permite à equipe basear seu jogo na troca de passes.

De acordo com Joachim Löw, a Holanda não foi a única fonte de inspiração para ele e seus colegas de comissão técnica. E o trabalho de absorção de outras culturas futebolísticas continua em vigor. “Nós sempre estamos atentos ao futebol sul-americano, por exemplo. Quando ocorre a Copa América, procuramos observar. Sempre estamos tentando aprender coisas novas, pois qualquer detalhe pode fazer a diferença em uma competição”, disse.