Os jogadores do Paraná Clube não entraram em campo para o jogo-treino, ontem, no Couto Pereira, diante do Coritiba. Os atletas decidiram depois de mais de duas horas de conversa na Vila Capanema, contando com a presença do técnico Claudinei Oliveira, do presidente Rubens Bohlen e do vice Celso Bittencourt, que não tinham “cabeça” para iniciar a atividade preparatória para o recomeço da Série B.
Na última quarta-feira, o grupo cobrou da direção a regularização ou parte dos salários atrasados ameaçando não treinar até o jogo contra a América-MG, dia 15 de julho. A crise financeira, além de atingir os jogadores, aflige os funcionários do clube, que estão no dia a dia e alguns estão passando por enormes necessidades. Além dos atrasos, a grande queixa são as promessas dos cartolas paranistas em estipular datas de pagamentos e não efetuar o depósito. “O ruim é que se definem datas e qualquer pessoa confia porque fazemos planos. O trabalho fica complicado porque o treinador tem prejuízo nisto, pois o jogador vai para o treino e só falamos sobre o atraso. A confiança foi quebrada”, disse Lúcio Flávio na edição de quarta-feira da Tribuna.
Ontem pela manhã, só conversa. Jogadores na expectativa do depósito e conversando a todo o momento sobre parar ou treinar. Enquanto isto, a programação seguia normal e a saída para o Couto Pereira marcada para o começo da tarde. Com o cancelamento do treino no Couto, o elenco ficou na Vila Capanema e o time decidiu trabalhar normalmente.
“Tínhamos uma situação interna a ser resolvida com os nossos atletas e que foi protelada por circunstâncias fora do nosso alcance. Conseguimos cumprir somente hoje (ontem) com nosso compromisso e demovê-los da decisão de não comparecer ao clube. Mesmo assim, em função do ocorrido, não houve a devida preparação e assim o grupo optou por não participar do evento, solicitando o cancelamento. Aí avisamos o Coritiba e pedimos desculpa pelo ocorrido”, disse o vice-presidente Celso Bittencourt.
No entanto, informações apuradas pela reportagem da Tribuna 98 dão conta que alguns jogadores receberam parte do pagamento, contudo outros atletas ainda estão no aguardo. Segundo a diretoria do Paraná, os atrasos devem-se a questão bancária e hoje o problema seria solucionado.
As recorrentes dificuldades complicaram ainda mais o trabalho do técnico Claudinei Oliveira. O treinador não escondeu o descontentamento e a tristeza por não fazer a atividade contra o Coritiba. A oportunidade era vista como fundamental para definir o grupo que será utilizado na sequência da temporada.