Lendas da Copa

Ponta Dirceu é o paranaense que mais Copas jogou

O Brasil entrou em campo no dia 24 de junho de 1978, no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, para disputar contra a Itália o terceiro lugar na Copa da Argentina. A seleção estava invicta, enquanto a Azzurra foi o único time a derrotar os anfitriões que viriam a ser campeões. O Brasil, até ali, em seis partidas venceu quatro e empatou duas – contra Espanha e a Argentina. No primeiro tempo o Brasil perdia por 1×0, gol de Causio, de cabeça. Segundo tempo, aos oito minutos, Nelinho acerta uma tijolada de fora da área. A bola faz curva e entra no ângulo direito, sem chances de defesa para Zoff. Aos 27, o Brasil arma contra-ataque rápido, a bola é alçada para a grande área e Jorge Mendonça ajeita de peito para Dirceu. O canhoto acerta um petardo de fora da área no canto direito do goleiro italiano. Era o gol da vitória. O gol do terceiro lugar. E do título de “campeões morais” cunhado por Cláudio Coutinho.

No final da Copa, Dirceu teve o esforço com a camisa do Brasil recompensado ao ser escolhido o craque do time nacional na competição. E não só isso: ficou atrás apenas de Kempes, da Argentina e de Paolo Rossi, da Itália, na escolha dos melhores jogadores do Mundial. Foi sem dúvida a melhor Copa que o paranaense fez. E isto não era pouca coisa. O Brasil tinha uma galeria de craques na qual despontavam Zico, Rivelino, Reinaldo, Toninho Cerezzo, Batista, Roberto Dinamite e outros. Além do gol da vitória na última partida, Dirceu fez outros dois na vitória de 3×0 contra o Peru. O jogador que atuava no Vasco na ocasião não era uma unanimidade – muitos o achavam um “armandinho” -, mas era reconhecidamente um craque.

Mas seu talento não foi descoberto naquele ano. A história de Dirceu com a camisa da seleção brasileira começa nas Olimpíadas de Munique de 1972, quando ainda defendia o Coritiba, equipe que o revelou. O seu primeiro jogo com na seleção foi no dia 17 de junho de 1972, contra a Alemanha, em Hamburgo. A campanha brasileira nas Olímpiadas não foi das melhores – na realidade, foi das piores. Perdeu para a Dinamarca de 3×2 na estreia, perdeu por 1×0 para o Irã no segundo jogo e depois empatou com a Hungria em 2 gols. E, com um ponto, o Brasil foi desclassificado. No entanto, o atacante foi um dos poucos poupados de críticas. E continuou a jogar com a camisa do Brasil. Naquele ano de 1972, Dirceu fez 12 jogos pela seleção olímpica e marcou três gols. A partir de junho do ano seguinte, com 21 anos, passou a ser convocado para a seleção principal e foi assim que chegou a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha Ocidental.

Ele não começou no time principal, mas conquistou vaga na segunda fase da competição, com boa participação nos jogos contra Alemanha Oriental, Argentina, Holanda e Polônia. O quarto lugar na Copa – o Brasil perdeu por 1×0 para a Polônia na disputa pelo terceiro lugar, gol de Lato, artilheiro do mundial – frustrou os torcedores, mas o habilidoso ponta-esquerda continuou em alta com os torcedores e técnicos. Dirceu foi convocado pelo técnico Telê Santana para disputar a Copa do Mundo na Espanha, 1982. A esta altura ele era jogador do Atlético de Madri e na seleção estava na reserva, com camisa 21, em vez da camisa número 11. Dirceu só atuou no primeiro tempo da partida contra a União Soviética, no dia 14 de junho de 1982, na estreia naquele Mundial. A partida foi vencida pelo Brasil por 2×1. O paranaense foi substituído por Paulo Isidoro.

Quatro anos depois, para o Mundial no México, Dirceu foi novamente convocado pelo técnico Telê Santana em várias partidas das Eliminatórias, mas foi cortado pouco antes da competição, em virtude de uma lesão causada num choque com o goleiro Paulo Victor a poucos dias do embarque para o México. A última partida de Dirceu pela seleção brasileira aconteceu no Paraná, no estádio Pinheirão, no dia 7 de maio de 1986, quando o Brasil empatou com o Chile em um gol. Ele é o jogador paranaense que mais partidas jogou com a camisa da Seleção Bras,ileira. Foram 44 jogos no total, segundo a revista Veja, edição de setembro de 1995.

Títulos

Principais títulos conquistados por Dirceu foram os cariocas de 1976 (Fluminense), 1977 (Vasco) e 1978 (Vasco), além dos títulos conquistados no Paraná com a camisa do Coritiba – estaduais de 1971 e 1972.

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