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Adriano não aparece e é dispensado pelo Atlético

O atacante Adriano não é mais jogador do Atlético Paranaense. Oficialmente, desde que foi anunciado como reforço no dia 11 de fevereiro, até o dia em que teve seu contrato rescindido, 11 de abril, foram dois meses de muita expectativa e pouco resultado. Sentados diante de uma mesa os representantes do jogador e a diretoria atleticana decidiram que levando em consideração esse balanço, não seria viável continuar a parceria comercial/futebolística.

O encontro entre a ROI Esportes empresa que gerencia a carreira de Adriano e o presidente Mário Celso Petraglia já era previsto após o término da Copa Libertadores. Adriano foi contratado para ser usado (e usar) o torneio intercontinental para um “up” na carreira. O projeto era provar que o Imperador só precisava de uma chance para voltar a ser um grande atacante.

Para Cleverson Passos, sócio da ROI Esportes, foi uma decisão amigável. “Já estava acordado este encontro de hoje desde o começo. O Adriano veio para a Libertadores, tanto é que só foi confirmado quando o Atlético se classificou. Depois do campeonato íamos sentar e discutir a questão salarial. Foi o que aconteceu”, explicou à Tribuna 98. Nestes dois meses estima-se que Adriano tenha recebido um salário de R$ 100 mil mensais.

Segundo Passos, a “balada” de Adriano de quinta para sexta-feira não teve nada a ver com o rompimento do acordo. “Já estava combinado que ele teria folga após o retorno da Bolívia e enquanto resolvíamos essa questão. Ele é normal, como eu e você. Foi lá e saiu. Estava de folga”, contou. O Atlético confirmou o fim da parceria por volta das 21h em seu site oficial. Limitou-se a dizer que foi uma rescisão amigável, desejando sorte ao jogador.

A passagem do Imperador

Foram quatro jogos oficiais e 198 minutos regulamentares em campo: The Strongest (8 minutos e nem um toque sequer na bola), Vélez Sarsfield (10 minutos e uma cabeçada), Londrina (90 minutos, fora os acréscimos, e uma assistência em gol e um arremate perigoso de longa distância) e The Strongest (90 minutos + acréscimos e um gol). A dedicação nos treinos sempre foi destacada. No clube desde 2 de dezembro, ele conquistou a confiança de todos com muito trabalho.

No dia 22 de janeiro veio o primeiro deslize. O jogador não se reapresentou no dia combinado e alegou ter que ficar no Rio de Janeiro para registrar sua filha após um dia de folga. No entanto foi fotografado em festas até altas horas. Após a eliminação na Libertadores, embora seus representantes digam que ele ganhou folga, o jogador faltou a dois treinos (quinta e sexta) e na madrugada de um dia para o outro compareceu a um show junto com outros atletas do clube.

O Imperador deixa o trono vazio apenas dois meses depois de tomar posse e um reinado marcado pela divisão entre seus súditos. Amor e ódio. Orgulho e frustração. Recaídas e só um gol.

Salário em dólar ou Alto da Glória?

A ROI Esportes tem desenvolvido laços comerciais com diversos clubes de futebol. Com um cliente de peso como Adriano, o mercado se abriu e rompeu fronteiras. Um dos parceiros da empresa é o Coritiba, com quem tem desenvolvido alguns projetos. Questionados sobre a possibilidade do Imperador parar no rival atleticano, Cleverson Passos disse: “Não sei” e soltou uma gargalhada. Em seguida, para não dar margens para especulações, complementou: “Pode ficar tranquilo que não”. Mas terminou o assunto com mais um “não sei”.

Dois clubes já teriam manifestado interesse em contar com Adriano. Um do Brasil e outro dos Estados Unidos. “A proposta de um clube de fora é bem interessante e já estamos com conversas bem adiantadas”, contou Passos. O país norte-americano tem se notabilizado por receber e acomodar jogadores consagrados em busca de sossego e estabilidade financeira. Esse deve ser o real (e final?) destino do Imperador Adriano.