Respirando

Petkovic garante que Ventania está vivo no Paranaense

Não foi a primeira vez, mas certamente as vaias e xingamentos deste domingo devem ter doído um pouco mais para o técnico Petkovic. Depois de montar um time bastante ofensivo, diferente até das características que vinha mantendo até aqui, o treinador atleticano viu sua equipe sucumbir diante de um adversário com mais brio e bem organizado. Mesmo assim, Pet tenta ver o copo “meio cheio”. “Não era o que a gente esperava, mas está tudo em aberto e temos mais 90 minutos de jogo”, disse na entrevista pós-jogo.

O resultado foi considerado inesperado também pelos jogadores. Para manter o otimismo para o jogo da volta, os jogadores tinham na ponta da língua o discurso padrão nestes casos: o jogo é de 180 minutos. “Ninguém espera perder. Queríamos um resultado positivo para conseguirmos mais tranquilidade para o segundo jogo. Mas é um jogo de 180 minutos e vamos tentar reverter na casa deles”, disse Marcos Guilherme, um dos poucos que escaparam das críticas mais fortes da torcida.

Ainda nos vestiários, em seu discurso, Petkovic tentou manter a confiança dos seus jogadores. Sob a observação do presidente Mário Celso Petraglia, que aguardava o término da fala do treinador para entrar no local, o sérvio dizia que “é hora de descansar, erguer a cabeça e seguir confiante. Um gol. Precisamos apenas de um gol para conseguir avançar”.

A falta de experiência do time atleticano foi apontada pelo treinador como decisiva para o resultado final. Segundo ele, o time “mais malandro” do Paraná acabou decidindo o jogo. “Fomos bem no jogo de hoje. O Paraná tem um bom time, mais experiente, mais malandro. E aproveitaram isso. Tudo faz parte do jogo. Quem tem mais experiência aproveita melhor as situações criadas no jogo”, justificou o treinador. “Perdemos, mas poderíamos ter vencido. Como eles conseguiram arrumar dois gols, nós também podemos arrumar lá”, acrescentou.

O desempenho do Furacão nas últimas rodadas da 1ª fase será utilizado por Petkovic para motivar ainda mais seus atletas. Para ele, o time provou sua capacidade ao cumprir com louvor a meta de conseguir três vitórias seguidas para se classificar. “Se tiver que sofrer até final… Não vai ser fácil. Podemos ganhar lá. Não é grande coisa um gol fora. Não é impossível”, disse.

Linguagem labial

Depois da entrevista, Petkovic conversou por mais ou menos cinco minutos com o presidente Petraglia e o vice Márcio Lara. O mandatário atleticano disse estar satisfeito com a evolução do time na segunda etapa. A conversa rolava solta e os diretores atleticanos pareceram bastante compreensivos com o resultado e o discurso do treinador. Ao perceber que estava sendo filmado e observado pela reportagem, Petraglia usou da mesma malandragem citada por Petkovic para justificar a vitória do Paraná, e discretamente pôs a mão na frente da boca cada vez que falava algo para seu treinador.