Vez das vacas gordas

Novo modelo de gestão colocará o Atlético em outro patamar

Com um potencial financeiro médio comparado a outros grandes clubes do futebol brasileiro, a época de vacas magras que o Atlético vive, principalmente depois que a Arena foi fechada, em dezembro de 2011, para ser remodelada e ampliada para receber quatro jogos da Copa do Mundo, está com os dias contados. A partir de julho, depois da realização do Mundial, o clube poderá explorar as propriedades com o estádio totalmente reformulado e, o modelo de gestão feito pela CAP S/A, que foi criada para gerir as obras da reforma da Baixada ao invés de uma construtora especializada ser contratada, causará um impacto financeiro positivo nas finanças do clube.

Para o diretor da Pluri Consultoria, Fernando Ferreira, que fez um estudo sobre o impacto financeiro que o estádio causará no Atlético, o modelo de auto gestão criado para gerir as obras será o grande diferencial do Furacão a partir de agora. “O Atlético muda de patamar. Ele é o único que é detentor de uma arena padrão Fifa que é realmente dono do próprio estádio. A Arena da Baixada terá um nível de capacidade bom e o Atlético será dono das propriedades do estádio, diferente do que acontece com outros clubes, onde os lucros são divididos com construtoras”, frisou Ferreira.

O diretor da Pluri comparou o Joaquim Américo com outras arenas que foram construídas. Nos casos de Grêmio, Internacional e Palmeiras, os lucros são divididos. No Rio, os times cariocas são inquilinos do Maracanã, a exemplo da dupla Cruzeiro e Atlético-MG no uso do Mineirão e Independência, respectivamente. Para Ferreira, o lucro que o Atlético vai obter com os recebíveis da Arena vai neutralizar os ganhos que os times do eixo Rio-São Paulo tem em relação aos outros clubes do futebol brasileiro.

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Ferreira e Somoggi apostam no crescimento do Furacão.

“O Atlético tem a vantagem de explorar tudo aquilo que o mercado possibilita e, por estar fora do eixo, ele vai poder de certa forma neutralizar isso. O clube não conseguirá neutralizar toda a diferença, já que alguns clubes têm receitas de televisão superior a R$ 100 milhões e um volume de recursos muito grande. O que parece é que o Atlético será o clube com melhor condição financeira do país. O Atlético tem um endividamento baixo, agora com estádio próprio padrão Fifa e com quantidades de propriedades a negociar maior”, acrescentou.

Para o consultor de marketing e gestão esportiva, Amir Somoggi, que realizou o estudo de viabilidade da Arena da Baixada para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a exploração do Atlético com seu novo estádio vai impactar profundamente nas finanças do clube. “No primeiro ano, o Atlético deve lucrar aproximadamente R$ 40 milhões e esse valor vai subindo gradativamente, podendo chegar ao lucro aproximado de R$ 100 milhões a R$ 120 milhões anualmente. Assim, o Atlético se coloca na mesma posição de outros clubes que também faturam muito. Atualmente, Grêmio e Internacional apresentam grande potencial financeiro e o Atlético vai se consolidar como nova força com as receitas da nova Arena”, explicou Somoggi.

Para conseguir que a boa expectativa no faturamento com a Baixada saia do papel, Somoggi acredita que o Atlético terá que contar com a boa gestão da AEG, que transformará o Joaquim Américo em um grande complexo de entretenimento, para pagar as dívidas adquiridas com os financiamentos feitos para a reforma do estádio. “O Atlético teve o ônus e empréstimos bancários são pesados. Mas o clube tem potencial de geração de receita grande. É preciso que o clube gere uma maximização de receitas nas, várias frentes que pode proporcionar. Para isso, dependerá da boa gestão da AEG para trazer grandes eventos e para a venda de propriedades”, finalizou.