Direto pro tapetão

Confusão na Vila pode fazer o Atlético perder vários mandos

A confusão nas arquibancadas da Vila Capanema, no clássico Atletiba de domingo, pode render muita dor de cabeça ao Atlético. Ontem, o procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, declarou que já solicitou as imagens que mostram as brigas entre os integrantes das torcidas organizadas. “Eu já solicitei as imagens e o clube deve responder por desordem e será denunciado no artigo 213 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva. É possível que o Atlético perca mando de campo”, afirmou Schmitt. O julgamento, inclusive, pode acontecer já na próxima semana.

De acordo com o procurador, o Furacão deve ser denunciado em três artigos do CBJD. O primeiro é o 206 – dar causa ao atraso do início da realização de partida -, por conta dos 12 minutos de atraso para o início do segundo tempo. A pena é uma multa que varia de R$ 100 a R$ 1.000 por minuto. Já as punições mais severas se dão no artigo 213 – deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir invasão do campo ou local da disputa do evento desportivo e lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo.

Neste caso, o Rubro-negro pode ser denunciado duas vezes. Uma pelo isqueiro arremessado no gramado e outra pelas brigas de suas torcidas nas arquibancadas. Se condenado, o clube pode ser punido com a perda de mando de campo de um a dez jogos, em cada caso, e que seriam realizados a 100 quilômetros de Curitiba. Assim, a punição máxima seria de 20 partidas.

Além disso, o Atlético também pode ser denunciado no artigo 211 – deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infraestrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização -. devido à queda do alambrado do estádio. Se for denunciado neste artigo, o Furacão corre o risco de uma multa financeira entre R$ 100 e R$ 100 mil, além da interdição do local, até que a situação seja resolvida. A confusão pode render punição até para o árbitro Sandro Meira Ricci (Fifa-PE) por ele ter omitido da súmula a briga entre os rubro-negros.

Defesa

O advogado do Rubro-Negro, Domingos Moro, já ressaltou que, desde domingo, vem estudando o caso, mas que só poderá saber a gravidade da situação assim que a denúncia for protocolada pelo STJD. “Tem que esperar a denúncia, para ver como ela vem, se virá acompanhada de imagens, quais imagens e nesse meio tempo vamos nos preparando para este processo, que será difícil e delicado. Por enquanto, temos os fatos. O alambrado é uma situação, a briga é outra, o isqueiro é uma outra. Tudo precisa ser analisado de forma separada”, explicou.

No entanto, mesmo admitindo a gravidade do caso, Moro acredita que a reação da Polícia Militar e também de seguranças do próprio Atlético podem ajudar no julgamento. “Passei boa parte da tarde de ontem analisando os vídeos e os boletins de ocorrência. O Atlético reagiu bem, a polícia também. Existem outros episódios de Palmeiras, Corinthians, onde não foi feito nada. É uma questão de saber se o que foi feito foi satiasfatório. Mas pessoas foram detidas e houve uma postura do clube”, completou o advogado.