Manifestantes protestam contra concessão do Maracanã

Cerca de 50 manifestantes que defendem a anulação do contrato de concessão do Estádio do Maracanã ocuparam nesta quarta-feira por 3h30min o saguão interno do Centro Empresarial Botafogo, na de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, onde ficam os escritórios da Odebrecht. Eles só deixaram o local após uma comissão formada por quatro integrantes do grupo ter sido recebida pelo funcionário da empresa e presidente da concessionária Complexo Maracanã Entretenimento S.A., João Borba.

Organizado pela Frente Nacional dos Torcedores e pelo Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas, o ato foi pacífico. “Se a Odebrecht e seus parceiros, como Eike Batista, decidirem fincar o pé no Maracanã, amanhã não serão dezenas, mas centenas ou milhares aqui na porta. Se querem virar alvo, decisão é deles”, disse o representante do Comitê Popular que participou da reunião, Gustavo Mehl.

O protesto foi bem humorado, com batucada e gritos de torcidas. Na carta entregue à empresa, os manifestantes lembram que, após o recuo do governo estadual na intenção de demolir construções no entorno do estádio, foi estabelecido prazo de 20 dias para que o consórcio decida se continuará à frente do negócio.

Para eles, trata-se de um projeto de “privatização do Maracanã, que elevou os preços dos ingressos, elitizou, embranqueceu e padronizou o estádio e a torcida”. Na carta, afirmam que o Maracanã “foi vendido por migalhas” e que o consórcio “pagaria R$ 5,5 milhões por ano para lucrar por 35 anos, valor que não recupera nem 15% do que foi investido em reformas”.

O representante da Odebrecht não deu entrevista. Em nota, a empresa informou que ele “vai analisar o documento”. “Nos próximos dias, a concessionária, que assumiu a operação por meio de licitação, entregará ao governo estudo propondo mudanças no projeto original da concessão, respeitando rigorosamente o objeto do contrato e garantindo sua viabilidade”. A concessionária afirma que os preços de ingressos para partidas desta semana pela Copa do Brasil serão semelhantes aos praticados antes da concessão.

Voltar ao topo