Jackson estudava para ter boa formação profissional e jogava futebol por prazer, como ele diz: “Para mim, jogar futebol sempre foi um remédio. Eu nem pensava em ser jogador profissional”, diz ele. “O técnico do médio do Atlético era o Mário Barros. Joguei dois anos no médio e passei para o aspirante. Em 1944, o nosso time do aspirante do Atlético tinha nove universitários. Eram estudantes de Medicina, Direito e Engenharia, basicamente. Moacir Viana, Chico Moscardini, Vasco Coelho, Álvaro Bittencourt, estes foram para o profissional. Mas quando se formaram todos pararam de jogar futebol. Só eu continuei”, diz ele. Outro jogador do Atlético que era universitário era Tequinho, um center half que cursava Direito na Federal. Ele veio a ser conhecido fora de campo como o escritor Wilson Rio Apa, que atualmente mora na Pinheira, no município de Palhoça, em Santa Catarina.
No entanto, os jogadores do Atlético fizeram parte da seleção universitária paranaense de futebol que foi campeã brasileira em 1944, na Olimpíada Universitária do Brasil, contra a Seleção do Rio de Janeiro, no Rio. “A nossa seleção tinha o Pianowski no gol, tinha o Cireno”, recorda. A seleção anfitriã tinha oito jogadores do Botafogo. “O juiz Mário Viana tentou prejudicar o nosso time, mas não conseguiu. Ganhamos de 6 x 5. Nosso time era diabólico”, relembra Jackson. Sobre o antológico Mário Viana, Jackson diz que “além de um juiz ladrão, era bravo demais”. Jackson recorda que naquele tempo a maioria das equipes jogava no sistema tático WM. “Que eu ainda acho o melhor sistema para ocupar um campo de futebol e que é uma adaptação do 4-4-2”, diz ele. Em 1951, Jackson passou a ter mais uma profissão. Formado em Direito, ele virou procurador federal, profissão que desempenhou durante os próximos 30 anos, até se aposentar em 1981. Em 1957 ele fez parte da comissão técnica que levou o Rubro-Negro ao título e até 1968 fez parte da diretoria do clube. Depois disso, suas incursões pelo futebol se resumiram a ser essencialmente um ilustre torcedor do Atlético.