São Paulo encara os seus demônios contra o Flamengo

Não adiantou derrubar o preço dos ingressos de arquibancada para R$ 10 na última quinta-feira. A torcida jogou junto, incentivou e cantou até onde pôde, mas o São Paulo só empatou com o Atlético Paranaense e se afundou ainda mais na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Por isso, o time será obrigado a iniciar a reação fora de casa, contra o Flamengo, para não deixar a sua situação ainda mais dramática. As equipes se enfrentarão neste domingo, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, às 16 horas, pela 15.ª rodada, e não resta outra alternativa a não ser vencer. Nem mesmo o empate pode ser considerado bom resultado.

A partida marcará o início de uma espécie de “mini Campeonato Carioca” para o São Paulo. Isso porque, depois do Flamengo, a equipe vai encarar Fluminense, no dia 25, e Botafogo, em 1.º de setembro. A julgar pelo retrospecto fora de casa, o torcedor tem motivos para roer as unhas. O time tricolor venceu apenas uma partida como visitante no Brasileirão – 2 a 0 sobre a Ponte Preta, na primeira rodada – e vem de derrota para a Portuguesa, no Canindé.

As atuações estão longe de inspirar confiança e o time tem dado mostras de descontrole emocional nos momentos mais críticos, como ficou claro contra o Atlético. A equipe saiu na frente e vinha jogando bem, mas, assim que abriu o marcador, passou a dar espaços ao adversário até sofrer a igualdade. Depois, entrou em parafuso e não conseguiu construir uma única jogada com calma.

“Estamos tomando gols que não estávamos acostumados a levar. Quando a fase é ruim, as coisas são mais difíceis, o gol parece que fica pequeno, mas sabemos da nossa qualidade e precisamos levantar a cabeça”, afirmou Rodrigo Caio, que deve mais uma vez atuar ao lado de Rafael Toloi no miolo de zaga.

A frase do jovem jogador reflete com precisão o nervosismo que tomou conta da equipe e tem sido o principal foco do trabalho de Paulo Autuori, que reclama da falta de tempo para treinar a equipe, fato que ele poderá mudar a partir desta segunda, quando terá a semana inteira para se dedicar aos inúmeros problemas do time. O setor mais complicado é o meio de campo, que tem sido fraco na marcação e sem criatividade para armar boas jogadas.

Paulo Autuori precisa mostrar serviço rapidamente porque o péssimo retrospecto em sua segunda passagem pelo clube (uma vitória, dois empates e oito derrotas) começa a deixar a diretoria incomodada e uma troca de comando não está descartada como solução emergencial. No entanto, a avaliação do presidente Juvenal Juvêncio é que o técnico tem feito mudanças estruturais importantes como o afastamento de Lúcio, mas os resultados precisam aparecer logo. “Estou no futebol há algum tempo e sei que essa é a realidade de qualquer treinador”, argumentou Autuori.

BATER EM BÊBADO – A fase é tão ruim que permitiu uma declaração provocativa do zagueiro flamenguista Wallace, que disse que se o seu time vencer neste domingo será como “bater em bêbado”. Os são-paulinos, no entanto, preferiram não dar muita bola para isso. “Se estivéssemos bem ninguém falaria uma coisa dessas. Se não nos dedicarmos, não vamos ganhar de ninguém”, falou Rodrigo Caio. Há alguns dias, o volante Fabrício lembrou que o time precisa reagir porque “camisa e história sozinhas não vão ganhar jogos”.

A grande novidade do time será a entrada de Paulo Henrique Ganso, possivelmente na vaga de Jadson. O meia mais uma vez agradou ao treinador e teve a escalação confirmada tão logo o jogo contra o Atlético terminou. Como Paulo Autuori já disse que por enquanto não tem como escalar os dois juntos, a tendência é que Jadson saia. No ataque, mais uma vez Luis Fabiano está fora por causa da lombalgia que já o havia tirado do último jogo. A tendência é que o setor seja formado por Aloísio e Osvaldo.

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