Tricolor na lista dos times que sofrem com patrocínio

Após a vitória sobre o Boa Esporte, o técnico Dado Cavalcanti, do Paraná, revelou em um pronunciamento as dificuldades que o clube vive. Segundo o treinador, há atletas e funcionários com salários atrasados há dois meses. Mas esses problemas assombram boa parte das equipes na Série B. “Como diz aquele ditado, temos que vender o almoço para comprar a janta”, resumiu o presidente do Oeste, Mauro Guerra.

Dos clubes da Segundona, apenas sete – contatando com o Tricolor – não possuem um patrocinador master. Mas um deles é o Palmeiras, que possui uma receita de TV imensamente maior do que os concorrentes. Além da equipe paulista e do Paraná, estão sem patrocinador master: América-MG, Boa, Bragantino, Oeste e Guaratinguetá.

Os mineiros – assim como o Paraná – estão na briga pelo acesso. “Mesmo com uma campanha boa e com todos os jogos sendo televisionados, as empresas só aceitam pagar um valor irrisório”, confessou o superintendente do Coelho, Alexandre Faria.

Já o técnico do Boa Esporte, Nedo Xavier, destacou o fato do investimento do clube ser baixíssimo. “Nós somos a menor folha da Série B, sem dúvida nenhuma”, disse.

Rumo diferente é o do Oeste e do Guaratinguetá. Sem grandes receitas, a dupla aparece na parte inferior da tabela. “Nós vivemos no limite”, afirmou o presidente do clube de Itápolis. Por conta disso, algumas empresas do próprio dirigente e do diretor financeiro, Cidão, patrocinam o time. “É uma luta dura, com muita dificuldade. Por isso que nós mesmos acabamos colaborando”, declarou.

Em outra ala, aparecem cinco times que possuem o apoio da Caixa Econômica Federal. Esses são os casos de Chapecoense, Avaí, Figueirense, Atlético-GO e ASA. O que mais recebe do banco é o clube goiano, que fatura aproximadamente R$ 200 mil mensais em um contrato de um ano.

Mesmo assim, o Dragão passou por maus bocados neste ano. Em abril, alguns jogadores chegaram a afirmar que não confiavam mais no presidente do clube, Valdivino José de Oliveira – só que o acordo com a Caixa iniciou em maio. Ainda assim, a equipe decepciona dentro de campo, pois é apenas a 14.ª colocada da Série B.

Clubes que não contam com o apoio da Caixa buscam outras parcerias, caso do Joinville, que possui cinco patrocinadores (que geram aproximadamente R$ 350 mil mensais). “Mesmo assim temos muitas dificuldades. Estamos fechando todo mês em déficit”, revelou o presidente Nereu Martinelli.

Também há contraste no Nordeste. Enquanto o Sport possui uma boa cota de TV e tem patrocinadores, as equipes de Natal passam por dificuldades.