Com anatomia de uma encrenca, Ramidez deu um nó em Rivelino

O carreirão que Ramirez deu em Rivelino na noite de 28 de abril de 1976 no Maracanã, na realidade começou no Estádio Centenário em Montevidéu no dia 25 de fevereiro do mesmo ano. O Brasil ganhou o primeiro jogo pelo mesmo placar do segundo: 2 x 1.

No entanto, no primeiro jogo Rivellino deu um pisão em José Maria Muniz. Quando o uruguaio caiu, Ramirez foi tirar satisfação. “Eu nasci na fronteira, ouvia rádio Guaíba e falava português”, diz ele. “Todo mundo estava com o sangue no olho”, acrescenta. O jogador brasileiro acabou expulso. No jogo seguinte entre as duas equipes, no Maracanã, dois meses depois, os ânimos estavam ainda mais exaltados por conta dos problemas ocorridos no primeiro jogo.

Quase no final da partida, Zico saiu driblando vários uruguaios. Só restavam dois para o Galinho chegar na cara do gol: Ramirez e o quarto-zagueiro Nil Chagas. Ramirez deu uma entrada forte em Zico para brecar a jogada.

“Eu parei Zico. Dei no meio dele. Fiz uma falta desqualificante, mesmo. O Nil Chagas estava na sobra. Ele veio andando, se agachou e deu um chute no Zico”, diz ele. A confusão estava armada. “Revetria estava atrás de mim e bateu no Rivellino por entre as minhas pernas. Rivelino pensou que fui eu e me deu uma cotovelada na cara, que cortou os meus lábios, que começaram a sangrar. O jogo terminou, nós perdemos e eu estava com os lábios cortados e sangrando. Olhei para o lado e vi o Rivellino. Não pensei outra coisa: sai correndo atrás dele”, diz Ramirez. E o Brasil inteiro viu a cena pela tevê.

O que poucos viram foi que Ramirez passou perto do banco brasileiro e começou a levar pancada de tudo que era lado.”Fiquei um minuto levando pancada”, diz ele.

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