São Paulo enfrenta Benfica e busca acabar com jejum

São 14 jogos sem vitória, pior marca da história do clube, além de duas derrotas seguidas na Copa Audi, disputada durante a semana na Alemanha, e um mar de dúvidas na cabeça dos torcedores. A principal pergunta é se existe um fundo para o poço em que o São Paulo despenca sem parar. Neste sábado, contra o Benfica, a partir das 15h45 (horário de Brasília), no Estádio da Luz, em Lisboa, quando estará em jogo a Copa Eusébio, o time tenta dar uma resposta e mostrar que as recentes evoluções já são suficientes para voltar a vencer, algo que não acontece desde os 5 a 1 sobre o Vasco em 29 de maio.

Se quiserem encerrar o péssimo momento, os jogadores precisarão pôr fim a outra marca histórica negativa que já foi alcançada. O São Paulo não faz um gol há seis jogos, marca igual a que foi alcançada em 1936. A última vez que a torcida são-paulina comemorou um gol foi na derrota por 3 a 2 para o Vitória – de falta, Rogério Ceni marcou aos 35 minutos do primeiro tempo. Desde então, foram quase 600 minutos de seca. Se falhar mais uma vez, o time alcançará um novo recorde negativo em sua trajetória.

A falta de gols já era tema de desconforto antes mesmo de a delegação embarcar para a excursão que passará pela Europa e Japão. Os jogadores não escondiam o incômodo em buscar justificativas para o anêmico desempenho. “Em vários jogos tivemos condições de marcar, mas estávamos sofrendo muitos gols e resolvemos priorizar a defesa”, sintetizou o meia Jadson.

De fato, o técnico Paulo Autuori resolveu mudar o esquema tático para reforçar a defesa e sacou o meia Ganso para promover a entrada do volante Fabrício. O time ganhou estabilidade defensiva, mas não conseguiu criar praticamente mais nada no ataque. O drama ganha contornos mais pesados graças à má fase dos atacantes: Luis Fabiano nem sequer viajou por causa de lesão, Aloísio é mais conhecido por sua garra e perdeu ótimas chances nos últimos jogos, Ademilson não marcou uma única vez no ano e Osvaldo comemorou um gol pela última vez em 28 de fevereiro.

“A bola precisa chegar até a frente para marcarmos os gols. Precisamos parar de tocar tanto a bola, e de tocar tanto e muito para trás. A projeção dos meias sem a bola sempre foi um ponto forte do nosso futebol, mas agora eles precisam voltar para pegar a bola porque os volantes perderam qualidade”, resumiu Autuori, insatisfeito com a produtividade do setor.

O treinador não deu mostras do que pretende fazer para o jogo contra o time português, mas, se mantiver o plano de priorizar o fortalecimento do sistema defensivo, deve preservar o meio com três volantes e apenas Jadson como meia de ligação. Contribui para isso o fraco desempenho de Ganso, que mais uma vez recebeu o recado de que precisa mostrar algo a mais. “Além da parte física, técnica e tática, um competidor precisa estar bem mentalmente. Vemos alguns jogadores que não possuem tanta qualidade técnica vencer porque são muito competitivos”, disse Autuori.

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