Falta roupa de inverno para os jogadores do Coritiba

Restando pouco mais de cinco meses para o fim da temporada 2013, o Coritiba ainda treina com uniformes improvisados, e da coleção passada. O motivo é o atraso da Nike, fornecedora do material esportivo do Alviverde, em repassar o novo material. Tamanha é a demora, que os jogadores que participaram da janela de imprensa, na terça-feira passada, tiveram que revezar uma jaqueta enquanto falavam com os jornalistas, para suportar as baixas temperaturas no CT da Graciosa.

O pedido do Coritiba à Nike foi de 60 jaquetas modelo parca para os atletas e comissão técnica. Entretanto, não se sabe se todas foram entregues. Sabendo da situação, Mario Andrada, diretor de comunicação da Nike na América Latina, admitiu um possível retardo na entrega da linha 2013 ao Coritiba e taxou como absurdo o revezamento de peças de roupas entre os jogadores em dias de frio, assim como o fato do clube ter de remendar os uniformes para esconder as marcas de antigos patrocinadores. “É um absurdo isso acontecer. O clube não deveria ter esse problema em esconder os antigos patrocinadores”, disse o diretor.

Essa, no entanto, não é a primeira vez que o Coritiba sofre com a falta de materiais. Em 2012, ano que entrou em vigor o acordo entre o Coxa e Nike, a equipe treinou até o segundo semestre com uniformes da Lotto – a antiga fornecedora. Em 2013, o improviso se arrasta desde a pré-temporada realizada em Foz do Iguaçu, quando em virtude do calor na região das três fronteiras o clube teve que providenciar o corte das mangas das camisas de treino, que viraram regatas.

Pela somatória dos episódios, internamente a relação Coritiba-Nike ficou estremecida. Com a torcida, também. Se antes de chegar ao clube a Nike era quase uma unanimidade entre os coxas-brancas, pela liderança de mercado e qualidade dos produtos, em virtude dos constantes atrasos e falta de variedade nas lojas deixou de ser. O diretor de marketing do clube, Paulo Verardi, ressalta que o atraso ocorreu apenas com a linha de treino, e que a de jogo – que nas próximas semanas terá a camisa alternativa, modelo 3 -, não foi afetada. “Ter a empresa líder no segmento esportivo como fornecedora compensa qualquer dificuldade. A Nike agrega à nossa marca e essa questão faz parte de um processo de aprendizado, de ambas as partes. A linha de jogo não sofreu atrasos, e em agosto lançamos o uniforme 3”, revela.

O problema não é exclusividade do Alviverde. Santos e Bahia, igualmente parceiros da empresa multinacional, também enfrentam problemas semelhantes com a atual fornecedora. As exceções ficam por conta do Corinthians e Internacional, além da Seleção Brasileira. Mario Andrada rechaça que haja uma hierarquia de prioridade entre os clubes. “Não existe isso dentro da Nike. Se existisse, seria favorável ao Coritiba, que é o vice-líder do Campeonato Brasileiro e time-sensação da temporada. É um processo que demora um pouco para ser ajeitado”, reconhece.