Flu tem 2 expulsos e Vasco vence na volta ao Maracanã

O Vasco precisa melhorar. O Fluminense precisa jogar ao nível que dele se espera. E o novo Maracanã vai ter de passar por muitos ajustes para reconquistar o torcedor carioca. Foi o que se viu no clássico deste domingo entre os rivais, na primeira partida entre clubes no estádio remodelado para a Copa do Mundo. No fim, melhor para o Vasco, que venceu por 3 a 1, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro.

Se a pasteurização do Maracanã não agradou o torcedor (foram apenas 34 mil pagantes), os jogadores trataram de fazer um jogo com a marca dos clássicos, em qualquer estádio que sejam jogados. A vitória do Vasco foi construída com muita vibração, muita luta, muita catimba e uma pitada de técnica.

Com dez pontos, o Vasco subiu para a 11.ª posição, e voltará a São Januário para receber o Criciúma, sábado. O Fluminense, parado nos nove pontos, caiu para o 14.º lugar. No domingo, visita o Grêmio.

A partida marcou o reencontro do torcedor carioca com seu palco preferido. Mas, fora o bom jogo, vascaínos e tricolores se mostraram reticentes em aceitar algumas das “regras” do novo Maracanã. As arquibancadas do meio de campo, dos ingressos mais caros e com toda a renda voltada para o consórcio que administra o estádio, ficaram vazias. Animadores de torcida e música funk foram vaiados.

Mas, por mais histórico que um estádio seja, sua mística é construída pelas torcidas que o colorem. E os cariocas deram mostras de que há possibilidade de que o novo Maracanã volte a pulsar com intensidade.

Nos gols de Juninho Pernambucano, em mais uma volta ao clube, e no de Carlinhos, as arquibancadas vibraram. E com bandeiras, torcedores de pé e até os palavrões habituais.

Se a reforma do estádio não respeitou tradições, em campo, tricolores e cruzmaltinos honraram a história do duelo. Faltou técnica, mas sobrou vontade e rivalidade.

O primeiro tempo foi mais fraco. O Vasco abriu o placar graças à série de erros do adversário. Aos 17, Pedro Ken, um dos destaques do time vitorioso, roubou a bola de Edinho e cruzou para Juninho deixar sua marca, para delírio dos vascaínos.

O gol atordoou o Fluminense, ao ponto de Fred desferir cotovelada em Jomar e ser expulso, ainda aos 25 minutos. Mas o Vasco não soube aproveitar a vantagem numérica e no placar.

Nem mesmo quando André ampliou com um minuto de segundo tempo, em nova falha de Edinho. Em vez de ir para a jugular e matar o rival, o Vasco recuou, o Fluminense cresceu e por pouco o empate não veio.

Carlinhos diminuiu aos 11, em cabeçada após escanteio, e o gol da igualdade amadureceu. Mas Digão matou contra-ataque, recebeu o segundo amarelo e deixou o Fluminense com dois a menos.

Assim, mesmo as limitações vascaínas não foram suficientes para custar a vitória. Tenório fez 3 a 1 em forte cabeçada, aos 38, e finalizou o primeiro capítulo de uma nova história da torcida carioca com o Maracanã.

FICHA TÉCNICA:

FLUMINENSE 1 X 3 VASCO

FLUMINENSE – Diego Cavalieri; Bruno (Wellington Silva), Gum, Digão e Carlinhos; Edinho (Marcos Júnior), Jean, Deco (Rhayner) e Wagner; Rafael Sóbis e Fred. Técnico – Abel Braga.

VASCO – Diogo Silva; Nei, Jomar, Rafael Vaz e Henrique (Fillipe Soutto); Sandro Silva, Wendel, Pedro Ken e Juninho Pernambucano (Fábio Lima); Éder Luís (Carlos Tenório) e André. Técnico – Dorival Júnior.

GOLS – Juninho Pernambucano, aos 17 minutos do primeiro tempo. André, a um, Carlinhos, aos 11, e Carlos Tenório, aos 37 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – Marcelo de Lima Henrique (Fifa-RJ).

CARTÕES AMARELOS – Rafael Sóbis, Digão (Fluminense). Juninho Pernambucano, Henrique, Jomar, Wendell (Vasco).

CARTÕES VERMELHOS – Fred, Digão (Fluminense).

RENDA – R$ 1.554.510,00.

PÚBLICO – 34.634 pagantes (46.860 presentes).

LOCAL – Estádio do Maracanã, no Rio.

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