História da Copa de 1950 poderia ter sido outra com Fedato

Fedato tem uma mágoa: não vestiu a camisa da Seleção Brasileira. Até os gaúchos, acostumados a vê-lo jogar pela Seleção do Paraná, o defendiam para envergar a camisa 2. O atacante Jackson, do Atlético, que Fedato considera o melhor jogador do futebol paranaense na época em que atuou, defendia a convocação. Mas era a velha história: se hoje em dia a preferência dos técnicos é por jogadores que atuam no eixo Rio-São Paulo, imagine naquele tempo, há mais de 60 anos. No dia 21 de março de 1950, o jornal O Dia publicava: “O famigerado técnico Flávio Costa barrou à última hora a convocação dos grandes e afamados players do Paraná: Fedato e Jackson”.

Talvez tenha influenciado negativamente para a convocação uma partida amistosa que o Vasco da Gama fez em Curitiba, contra o Coxa, dois anos antes. Os cariocas venceram por 7 x 2. “Foi a pior atuação de minha vida, tudo deu errado. Só não fiz gol contra”, recorda. Isto aconteceu justamente depois dele receber um comunicado da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) que seria convocado para a Seleção que ia disputar a Copa Roca, no Uruguai, em 1948. O fato é que ninguém mais falou da convocação.

Antes da Copa do Mundo, o técnico do São Paulo, Vicente Feola, sugeriu as convocações e Pianoski, Jackson e de Fedato. Mas Flávio Costa não aceitou. “Ficar fora da Copa do Mundo em 1950. Foi a maior decepção de minha carreira esportiva. A tristeza só não foi maior que aquela derrota contra o Uruguai. Ninguém esperava aquilo. Todo mundo contava as horas para dizer que o Brasil era campeão”, recorda.