Polícia mineira prevê novo confronto violento na quarta

O comandante da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel Márcio Sant’Ana, afirmou neste domingo que dá “como certo” um confronto violento durante manifestação prevista para ocorrer em Belo Horizonte nesta quarta-feira, quando Brasil e Uruguai disputarão uma das semifinais da Copa das Confederações no estádio do Mineirão.

A previsão de novos embates se deve ao fato de a Polícia Civil mineira ter identificado “organizações criminosas extremistas”, inclusive com participação de pessoas de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, infiltradas nas manifestações realizadas na cidade.

No último sábado, na maior passeata já registrada na capital, um grupo de vândalos entrou em confronto com policiais militares que faziam a segurança no entorno do Mineirão e o tumulto iniciado no fim da tarde na Pampulha prosseguiu até o fim da madrugada deste domingo em diversas regiões da cidade. A confusão deixou um rastro de depredação e saques em lojas, concessionárias de veículos e agências bancárias. Vários radares, semáforos e placas de trânsito também foram destruídos.

O tumulto deixou ao menos 37 feridos, sendo 10 policiais – um deles integrante da Força Nacional de Segurança. Segundo o coronel Sant’Ana, 32 pessoas foram presas durante a confusão. Em meio a confrontos ocorridos no início da semana passada, mais nove suspeitos haviam sido presos e três menores apreendidos. O chefe da Polícia Civil mineira, delegado Cylton Brandão, informou que também já foram identificadas por meio de imagens mais 30 pessoas que participaram dos confrontos.

“Percebemos a presença de grupos organizados, de forma infiltrada, nas manifestações. Não são grupos que se juntaram na esquina. É uma coisa orquestrada”, disse o delegado. De acordo com Brandão, entre os presos e suspeitos já identificados há pessoas com passagens pela polícia por tráfico de drogas, lesões corporais, furtos e ameaças. O delegado explicou também que há investigação em curso em torno das “organizações criminosas” infiltradas nas manifestações e a polícia “não descarta nenhuma possibilidade” para a atuação destes grupos, inclusive “motivação política”.

“São pessoas que saíram de casa determinadas ao confronto”, emendou o coronel Sant’Ana. A polícia registrou imagens de vândalos com máscaras, capacetes e afirma que havia suspeitos usando até uma espécie de “couraça” por baixo das roupas. O grupo identificado pela Polícia Civil também portava mochilas onde estariam artefatos usados nos confrontos. Durante entrevista realizada ontem, foram exibidos materiais recolhidos durante a confusão como chumbadas de pesca, bolas de gude, atiradeiras e até uma bola de sinuca.

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