Ofensas a árbitro podem tirar Troféu Fair-Play do Brasil

“Ei, juiz, vai tomar sorvete!” Esse cântico adaptado, em uma versão mais suave, não foi exatamente o que o árbitro de Brasil x Itália ouviu várias vezes durante o jogo de sábado, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Ao pé da letra, o grito que ecoou no estádio pode deixar a seleção fora da disputa de outro título ao fim da Copa das Confederações: o de vencedora do Troféu Fair-Play.

Ao não marcar faltas para o Brasil ou não demonstrar rigor em punir jogadores italianos com cartão amarelo em alguns lances ríspidos, o usbeque Ravshan Irmatov se tornou alvo de uma expressão mais contundente e um tanto quanto ofensiva. Essa manifestação da torcida é condenada em documento anexado ao regulamento da Copa das Confederações.

A Fifa estabeleceu para essa disputa à parte alguns critérios que valem pontos. Um deles diz respeito ao comportamento dos torcedores com relação à arbitragem. Se o delegado da Fifa escalado para acompanhar Brasil x Itália entendeu o coro do público, repetido durante o jogo, apenas como uma simples manifestação de protesto, pode ser que não seja rigoroso no seu relatório.

Por outro lado, se pediu a algum colega brasileiro a tradução literal do que entoava a torcida (neste caso, substituindo o “sorvete” lá de cima por um termo chulo), a hipótese de o Brasil vencer o Troféu Fair-Play deve ficar mais difícil. A seleção perderia pontos nesse quesito.

Também devem pesar contra o Brasil na luta pelo Troféu Fair-Play as vaias de torcedores em Fortaleza no momento da execução do hino nacional do México, pela segunda rodada da Copa das Confederações, ou ainda a mesma reação no sábado quando a Itália detinha a posse de bola.

Talvez o técnico Luiz Felipe Scolari nem saiba disso ou, se tem conhecimento, dê pouca importância ao fato. Mas seus gestos às vezes exagerados contra uma ou outra marcação do árbitro também são avaliados pelos julgadores da Fifa e subtraem pontos para a conquista do Troféu Fair-Play.

Cartões amarelos e expulsões se juntam aos itens “condenáveis” pela Fifa, com punição de perda de pontos para essa disputa específica. Além do troféu, a seleção que ganhar esse título vai receber 10 mil dólares, que terão de ser gastos obrigatoriamente na compra de equipamentos de futebol e, em seguida, doados a jovens que pratiquem o esporte.

Voltar ao topo