Paraná Clube ainda não viu a verba do leilão de subsede

O Paraná Clube fechou a fase pré-Copa das Confederações em uma posição relativamente confortável na Série B. Em 7.º lugar, está a apenas dois pontos do G4. O técnico Dado Cavalcanti comemora, entendendo que poderá garantir uma evolução técnica e tática de seu time ao longo dos dezoito dias de intertemporada. Mas se dentro das quatro linhas tudo anda como planejado, fora delas o desafio da diretoria é assegurar a saúde financeira capaz de manter o Tricolor longe das turbulências de temporadas passadas.

Desde a queda, em 2007, o Paraná sempre esteve associado a crises econômicas. Em 2010, a falta de recursos foi decisiva para a queda vertiginosa do clube. O grupo liderado pelo técnico Marcelo Oliveira despontou como candidato ao acesso e chegou à parada para a Copa do Mundo na liderança da Série B. Porém, durante o mês sem bola rolando, o Tricolor viu a crise tomar conta do ambiente, com paralisações e o consequente desmanche do time. Gilson, João Paulo e Marcelo Toscano foram vendidos para “tapar os buracos” e o time não se encontrou mais.

Depois de desempenhos medianos em 2011 e 2012, o Paraná volta a ambicionar o acesso. Fez um grande investimento para contar com o emergente Dado Cavalcanti e trouxe nada menos do que treze reforços, reestruturando o grupo após campanha de altos e baixos no Estadual. A meta é não negociar ninguém e, se possível, ainda oferecer alguns reforços à comissão técnica. Só que para isso o Tricolor depende de alguns fatores extracampo.

Até agora, por exemplo, o valor relativo ao leilão da subsede Tarumã (R$ 30 milhões) segue bloqueado pela Justiça. Boa parte desta quantia já está comprometida, mas o clube espera contar com um saldo substancial, que seria investido diretamente no futebol. A lentidão deste processo acaba interferindo também em outras frentes. O clube ainda não conseguiu as certidões negativas necessárias para poder assinar contrato com a Caixa Econômica Federal e segue sem um patrocinador master em sua camisa.

A diretoria, em silêncio, vai tentando driblar esses percalços. Com salários em dia, e uma boa condição de trabalho, acredita no carisma e no bom projeto de Dado Cavalcanti para tentar uma guinada histórica. A redenção do Paraná Clube passa, necessariamente, pela volta à Série A. Apesar de uma política “pés no chão”, os próprios dirigentes admitem “alguns sacrifícios” para garantir o impulso necessário para recolocar o Tricolor na elite do futebol brasileiro. O acesso é uma obsessão para os paranistas.