Náutico marca no fim e bate Flamengo em Florianópolis

O Flamengo é um time sem casa, sem cara e sem futebol. Em quatro partidas, a equipe marcou dois gols. Ambos em um espaço de dez minutos contra o Atlético-PR, nos outros 350, nenhuma bola na rede. As razões para tanto ficaram em evidência em mais uma fraca atuação do time carioca, derrota por 1 a 0 para o Náutico, nesta quarta-feira, em Florianópolis.

Com dois pontos em 12 disputados, o destino flamenguista neste Campeonato Brasileiro já ficou delineado. Lutar nas posições inferiores da tabela. São apenas quatro rodadas, mas a fragilidade técnica da equipe indica que tempos difíceis virão pela frente.

O Náutico, pelo menos, não teve vergonha de admitir suas limitações. No primeiro jogo desde a demissão de Silas, o time pernambucano se fechou numa retranca ferrenha e conseguiu sua primeira vitória no campeonato como pretendia, em um esporádico avanço ao ataque.

Agrava o cenário rubro-negro, além de um ataque esquálido, o fato de o time viver na estrada. Sem um estádio para chamar de seu, o Flamengo tem de conviver com o desgaste de viagens e de dormir em hotéis, longe de casa. A pressão sobre o técnico Jorginho começa a crescer. Ele foi alvo da insatisfação do torcedor que foi ao Orlando Scarpelli, Estádio do Figueirense.

Em sua triste saga de time caixeiro-viajante, o Flamengo, 19º colocado, continua em Santa Catarina, para enfrentar o Criciúma, sábado, que ao contrário dos cariocas, tem sua casa e joga muito bem nela. O Náutico, agora 15º na tabela, respira aliviado e vai a Curitiba encarar o Coritiba, domingo.

O JOGO – O retrato do Flamengo foi Renato Abreu. Coroou sua péssima atuação com uma expulsão fruto do desespero. Diante da incapacidade rubro-negra de conseguir um gol, tentou fazer um com a mão, nos minutos finais.

Se houve algum mérito ao time rubro-negro, foi a busca pelo gol. Mas os elogios podem parar por aí. À medida que o tempo passava, os flamenguistas simplesmente abandonaram qualquer esquema tático. Pressionados para vencer, os jogadores deixaram de lado suas posições e o Flamengo deixou de ser um time de futebol para ser um irreconhecível ajuntamento de homens atrás de uma bola.

A tática do abafa não deu resultado, e ainda foi a razão de novo revés. Hugo recebeu na lateral-esquerda, driblou o volante e cruzou para Rodrigo, sozinho na área, marcado à distância por Wallace, emendar de primeira, aos 37 do segundo tempo.

“Tem que ter calma na hora de finalizar. As oportunidades estão aparecendo. Isso faz a torcida vaiar, cobrar. Precisamos de mais tranquilidade”, comentou o goleiro Felipe, ainda no primeiro tempo, na vã esperança de sua equipe se ajeitar para a segunda etapa.

Substituições equivocadas de Jorginho não mudaram o panorama e o técnico Levi Gomes, do Náutico, obteve sua primeira vitória no comando do time.

FICHA TÉCNICA:

FLAMENGO 0 x 1 NÁUTICO

FLAMENGO – Felipe; Leonardo Moura, Renato Santos, Wallace e João Paulo; Luiz Antônio, Elias e Renato; Paulinho (Gabriel), Rafinha (Val) e Hernane (Adryan). Técnico: Jorginho.

NÁUTICO – Gideão; Maranhão, João Filipe, William Alves e Josa; Auremir, Martinez (Dadá), Rodrigo Souto e Marcos Vinicius (Luiz Félix); Jones Carioca (Hugo) e Rogério. Técnico: Levi Gomes (interino).

GOL – Rogério, aos 37 minutos do 2º tempo.

CARTÕES AMARELOS – Josa, Luiz Félix (Náutico).

CARTÃO VERMELHO – Renato (Flamengo).

ÁRBITRO – André Luiz de Freitas Castro (GO).

RENDA – R$ 263.189,00.

PÚBLICO – 5.033 pagantes (5.241 no total).

LOCAL – Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis (SC).

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