Guilhotina

Ex-vice do Atlético é excluído do quadro associativo

A gestão de Mário Celso Petraglia entrou numa fase de caça às bruxas dentro do quadro associativo do Atlético. As denúncias feitas no ano passado pelo então vice-presidente do clube, José Cid Campêlo Filho, que acusou o presidente de favorecer parentes na celebração de contratos para a reforma da Arena da Baixada, renderam a exclusão do ex-dirigente da vida do Furacão. Além dele, os próximos alvos da atual diretoria são o ex-presidente Marcos Malucelli e os atleticanos que estiveram com ele à frente do clube, no período de 2009 a 2011.

José Cid Campêlo Filho foi avisado da sua exclusão do quadro associativo do clube anteontem, depois da instauração de processo ético disciplinar na câmara de ética e disciplina do Atlético. O ex-dirigente rubro-negro recebeu com tristeza a notícia e lamentou a falta de democracia, que, segundo ele, norteia o mandato do presidente Mário Celso Petraglia. “Eu vejo isso tudo com muita tristeza. É lamentável que as atuais pessoas que dirigem meu clube do coração queiram reprimir as pessoas que querem o bem do Atlético, como foi o meu caso. É uma gestão que falta democracia e esperamos também que as próximas diretorias do clube sejam mais democráticas”, esclareceu Campêlo Filho

O advogado prometeu entrar com um recurso para tentar voltar ao quadro associativo do Furacão. “Eu confio muito na Justiça e vou entrar com uma ação para tentar anular essa decisão. Vamos formular a defesa agora e esperar com muita confiança a decisão para que eu possa voltar a pertencer ao quadro de associados do Atlético”, projeta o ex-dirigente, que logo após as denúncias de outubro de 2012 renunciou ao cargo de vice-presidente do Atlético.

O jornal Tribuna teve acesso à ata que culminou com a exclusão de José Cid Campêlo Filho do quadro social rubro-negro. Nela, fala-se que as denúncias feitas pelo ex-dirigente, além de denegrir a imagem do Atlético perante a sociedade e seus torcedores, custaram ao clube inúmeras investigações para apurar as irregularidades, tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara Municipal de Curitiba e no Tribunal de Contas.

Isso causou, segundo o documento, o atraso no repasse da verba oriunda do financiamento realizado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Não obstante tem-se que o fato de o noticiado ocupar o cargo de vice-presidente do Conselho Deliberativo do CAP, representando politicamente o CAP nos meios externos, há de exasperar a gravidade da conduta, ao ponto de torná-la incompatível com a vida associativa junto ao CAP”, justifica um trecho do documento.

Além de José Cid Campêlo Filho, Marcos Malucelli deve ser o próximo alvo da câmara de ética do Atlético. O ex-presidente atleticano deve ser intimado nos próximos dias para responder maiores esclarecimentos sobre a transação envolvendo o atacante uruguaio Morro García com o Furacão, comprado por 6,2 milhões de dólares em 2011. Mesmo com o Rubro-Negro tendo conseguido devolver o jogador para o Nacional do Uruguai, no ano passado, Malucelli pode ser o próximo a ir para a guilhotina atleticana.