Goleador, Alex mostra porque é ídolo do Coxa

Repatriado no fim do ano passado para ser o líder do Coritiba ao longo da temporada 2013, o meio-campo Alex pode romper com um jejum na história do clube que perdura há décadas. Foi em 1979, quando o “Menino de Ouro” nem sonhava em ser jogador de futebol, a última vez que um meio-campo do Coxa foi artilheiro isolado do Campeonato Paranaense. O autor da façanha foi Luiz Freire, que naquele ano balançou as redes 19 vezes. Para escrever seu nome na galeria de meias-goleadores, Alex precisa superar o atleticano Douglas Coutinho, que hoje divide a artilharia com o camisa 10 alviverde – ambos com 10 gols.

Contrariando a natureza de sua posição, cujas principais atribuições são ditar o ritmo da equipe, oferecer passes de qualidade ou servir os homens de área, Alex tem se destacado pelos gols. Nada menos que 10 dos 16 gols do Alviverde neste returno saíram dos pés – e também da cabeça – do jogador. É tão incomum um meio-campista se destacar pela habilidade de marcar gols que, na história do Estadual, desde 1987 não se tem um artilheiro isolado do Estadual que atue no setor. O último a conseguir a façanha foi Adalberto, meio-campo do Londrina, que naquele ano anotou 14 gols.

Na história do Alviverde, a marca é ainda mais longa. Antes de Luiz Freire, somente o engenhoso Zé Roberto havia conseguido o feito. O “Gazela” foi o goleador do Campeonato Paranaense de 1973, com 14 gols, numa campanha que culminou com o tricampeonato estadual. Outro meia de outrora fez sucesso como artilheiro, mas pelo rival Atlético, foi Sicupira -goleador das edições de 1970 e 1972. Neste ano, o camisa 8 rubro-negro marcou 29 gols, tornando-se o maior artilheiro não-atacante da história do futebol paranaense.

Questionado sobre a possibilidade de perpetuar ainda mais seu nome no clube, Alex, que já declarou não se considerar um ídolo alviverde, foi comedido. O jogador afirmou apenas que tem muita coisa por acontecer no campeonato, e que o mais importante é ajudar a equipe na conquista do tetracampeonato. Mas pelo retrospecto apresentado até aqui, a marca é sim possível de ser alcançada. Aliás, se não tivesse desperdiçado um pênalti domingo, contra o Toledo, o camisa 10 já estaria isolado na artilharia – situação que é sinônimo de título pro Coxa. Todos os anos em que um meio-campo do clube foi goleador, o Coritiba sagrou-se campeão.