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Paraná Clube vende sede do Tarumã por R$ 30 milhões

Apesar da cautela em analisar o futuro do Paraná Clube, após o arremate da subsede Tarumã por R$ 30 milhões – definida ontem em leilão vencido pelo grupo Tacla -, a diretoria sabe que tem a oportunidade de dar uma guinada na história recente do Tricolor, pautada por dívidas e falta de recursos. Tanto que várias reuniões devem ocorrer a partir de hoje para que a aplicação do dinheiro que sobrar, após a quitação dos débitos urgentes, tenha precisão cirúrgica. “Quando tudo estiver homologado, a diretoria irá falar sobre o direcionamento que será dado a esse valor”, avisou o advogado do clube, Juliano Tetto.

Segundo o superintendente Celso Bittencourt, o Paraná Clube não cometerá loucuras. “Temos procurado fazer o melhor com um orçamento enxuto. Isso não vai mudar”. Até por que, a prioridade é pagar dívidas. Por mais que dirigentes e advogados tenham evitado qualquer detalhe mais abrangente sobre o leilão, boa parte do montante arrecadado já está comprometida. A fatia maior envolve a ação da Systema Assessoria Finaceira Ltda. A empresa do empresário Léo Rabello acionou o Tricolor pelo não pagamento de sua parte na transação envolvendo o meio-campo Thiago Neves para o Fluminense. Condenado pela Justiça do Rio de Janeiro, o Paraná Clube teria que pagar, no ano passado, R$ 19 milhões. Porém, um acordo firmado no início do ano reduziu a dívida para R$ 11 milhões.

O Paraná, no entanto, tem outros obstáculos pela frente. Uma ação fiscal, da ordem de R$ 6 milhões, foi o que levou a leilão a subsede Tarumã. “Com o levantamento dessas dívidas, o clube poderá trabalhar melhor em outras frentes, sem nenhum entrave judicial”, lembrou Bittencourt, referindo-se à possibilidade de, estando de posse das certidões negativas, conseguir o patrocínio da Caixa Econômica Federal, que seria em torno de R$ 300 mil por mês.

Na prática, mesmo perdendo uma sede, o clube acaba com uma “bola de neve” que poderia colocar em xeque todo o seu futuro. Resta saber o direcionamento que será dado ao dinheiro que sobrar do leilão. No clube, há uma corrente que só vê uma alternativa: investimento “pesado” no futebol, visando o retorno à Série A do Campeonato Brasileiro. Num cálculo simplista, voltando à Série A, o Tricolor teria, só de cota de TV, um valor anual próximo do que foi arrecadado ontem. Isso, sem se desfazer de patrimônio.