São Paulo encara decisão na Bolívia pela Libertadores

Ainda antes de começar a fase de grupos da Copa Libertadores, Ney Franco havia classificado a chave do São Paulo como a “da morte” e alertou que o time teria dificuldades. Mas provavelmente nem o próprio treinador pudesse imaginar que chegaria na penúltima rodada correndo sério risco de uma eliminação precoce na competição. Para evitar o vexame e não mergulhar em uma crise de consequências imprevisíveis, o time tricolor precisa de uma vitória a qualquer custo contra o The Strongest, às 21h30 (de Brasília), no estádio Hernando Siles, em La Paz, para continuar dependendo apenas dos seus próprios esforços.

O jogo do Morumbi mostrou que o tricampeão continental não deverá ter vida fácil. O The Strongest rompeu a tradição de equipes bolivianas fracas e se mostrou muito organizada taticamente. Vendeu muito caro a derrota de virada por 2 a 1 e deixou claro que a facilidade encontrada contra o Bolívar, outra equipe do país que foi facilmente derrotada na fase eliminatória, não irá se repetir. “Foi uma equipe que não jogou atrás mesmo na nossa casa, então eles devem ter uma postura semelhante lá”, projetou Ney Franco.

Além de um rival qualificado, os são-paulinos terão pela frente novamente os 3,6 mil metros de altitude de La Paz. Contra o Bolívar, a equipe foi derrotada por 4 a 3 de virada após abrir 3 a 0, mas na opinião de Ney Franco o jogo serviu para derrubar o mito do ar rarefeito e deve servir de espelho para saber como agir em campo.

“Nosso primeiro tempo é a referência, poucas equipes abrem três gols na altitude. Ficou uma má impressão porque tomamos a virada, mas aquilo aconteceu por um relaxamento decorrente do fato de já termos assegurado a vaga, não por causa da altitude”, disse Ney Franco.

O principal cuidado é evitar dar espaço para os chutes, que ganham mais velocidade por causa da menor resistência do ar. “Eles devem trabalhar bastante isso e têm um volante que chuta bem, que é o Chumacero”, analisou. Do lado tricolor, a esperança nos arremates de fora da área estão depositadas no lateral-esquerdo Carleto, conhecido pela força na perna esquerda.

Para evitar a esperada correria inicial dos donos da casa, o São Paulo apostará na posse de bola e nos toques. Justamente por isso a equipe será basicamente a mesma que perdeu para o Corinthians – apesar dos 2 a 1 sofridos no último domingo, o desempenho agradou. A única mudança ocorre no ataque: Aloísio fica com a vaga de Luis Fabiano, que teve a suspensão de quatro jogos mantida pela Conmebol em razão da expulsão após o jogo contra o Arsenal, no Pacaembu, no último dia 7.

“É um jogo-chave, nossa equipe vem de boas apresentações e temos tudo pra sair de lá com um bom resultado”, ponderou Paulo Henrique Ganso, que fará o seu primeiro jogo como titular na competição e terá a missão de ditar o ritmo de jogo ao lado de Jadson e Maicon, que mais uma vez atuará como volante ao lado de Denilson, único com características defensivas no setor.

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