Michael faz três gols para Flu vencer o Macaé

Até os 18 anos, Michael jogava futebol amador. Observado por um olheiro, o garoto esguio, alto e de chute forte foi parar nos juniores do Rio Preto (SP), de onde saiu para a base do Fluminense. Aos 20 anos, o desconhecido atacante fez seu nono jogo pelo time tricolor nesta quarta, contra o Macaé. Em 45 minutos, fez mais do que alguns medalhões do time em toda a temporada. Balançou a rede três vezes no primeiro tempo e liderou sua equipe à vitória, de virada, por 3 a 1, em São Januário, pela terceira rodada da Taça Rio.

“Nunca fiz três gols em um jogo inteiro, quanto mais em um tempo só. Tenho trabalhado bastante e o treinador tem me incentivado. Queria fazer um gol para começar com o pé direito, fiz três e comecei com os dois pés”, comentou o garoto.

Com sete pontos, o Fluminense lidera o Grupo B e volta a campo no sábado, contra o Boavista. O Macaé é o quarto na chave, com três pontos, e recebe o Duque de Caxias, domingo.

Michael só ganhou uma chance porque Fred atuou pela seleção brasileira, na segunda-feira, e porque Wellington Nem sofreu uma torção no joelho na terça-feira. Seu companheiro de ataque deve ter ficado com inveja. Sem marcar um golzinho sequer há mais de dois anos (desde 30 de janeiro de 2011), Rhayner perdeu seu segundo pênalti neste Carioca, para chateação do técnico Abel Braga.

Os desfalques, que poderiam ter sido um grande problema para Abel, na verdade foram a oportunidade para que ele chacoalhasse a equipe, criticada por sua própria torcida pelas más atuações no ano. O Fluminense era um time lento, estático e pouco inspirado, com Fred, Deco e Thiago Neves. Além da ausência do primeiro, Abel deixou o conservadorismo de lado e barrou a estrela Deco, em má fase (Neves está machucado). Com Michael, Marcos Júnior e Rhayner no ataque, o Fluminense foi rápido, envolvente e empolgante. Como resultado uma vitória que animou a torcida, como não havia ocorrido ainda em 2013.

Michael já havia mostrado estrela em outra oportunidade. Na sua estreia com a camisa tricolor, no ano passado, fez um gol em uma derrota para o Atlético-GO. Nest quarta, porém, tal estrela brilhou com mais intensidade.

Mas o jogo começou difícil para os mandantes. Douglas Assis abriu o marcador, em lance de rara categoria para um zagueiro. Encobriu de média distância o goleiro Diego Cavalieri, aos 15. Mas no espaço de três minutos os tricolores viraram, com Michael mostrando velocidade no primeiro gol, aos 24, e oportunismo, aos 27.

No último minuto da primeira etapa, outra boa trama ofensiva e Wagner tocou de calcanhar para Michael exibir seu chute forte, preciso, e ampliar.

O segundo tempo foi gasto em administrar uma vitória que se tornou tranquila. A pequena torcida presente (1.093) em São Januário tratou de se divertir pedindo o gol de Rhayner, o atacante sem gols.

Mas ainda não foi na noite desta quarta que a seca acabou. Aos 31, o garoto se jogou na área e o péssimo árbitro Marcelo de Lima Henrique anotou a penalidade. Rhayner chutou forte e isolou pelo alto. O segundo pênalti perdido pelo atacante neste Carioca. “Os companheiros me deram confiança, me incentivaram para fazer o gol. Fui com confiança, mas bati forte e infelizmente a bola subiu muito”, lamentou Rhayner. A noite era mesmo da revelação Michael.

FLUMINENSE 3 X 1 MACAÉ

FLUMINENSE – Diego Cavalieri; Bruno (Wallace), Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Jean e Wagner; Rhayner, Michael (Samuel) e Marcos Junior (Rafael Sóbis). Técnico – Abel Braga.

MACAÉ – Luis Henrique; Daniel (Edson), Diego, Douglas Assis e Rodrigo; Gedeil, Norton (Jones), Lennon e Marco Goiano (Danilo); Michel e Anderson. Técnico – Toninho Andrade.

GOLS – Douglas Assis, aos 15; Michael, aos 24, aos 27 e aos 45 minutos do primeiro tempo.

ÁRBITRO – Marcelo de Lima Henrique.

CARTÃO AMARELO – Norton (Macaé).

RENDA – R$ 10.810,00.

PÚBLICO – 703 pagantes (1.793 presentes).

LOCAL – Estádio São Januário, no Rio.

Voltar ao topo