Aguardando cirurgia, Mari diz ainda pensar na seleção

Uma dura caminhada de sete meses aguarda por Mari. A ponteira do Fenerbahce terá reconstituídos os ligamentos do joelho esquerdo, rompidos durante jogo do time turco, no mês passado. Serão vários meses longe da bola, das quadras e da adrenalina da competição. Em seu lugar, um aborrecido e doloroso trabalho de reabilitação, muitas horas de fisioterapia. Mas a jogadora de 29 anos não demonstra desânimo.

Nem mesmo depois de um ano de decepções. A maior delas o corte da seleção de vôlei às vésperas de Londres 2012, onde suas companheiras conquistaram o bicampeonato olímpico. Mari viu do sofá suas amigas, medalha no peito, dedicarem o título a ela.

A paulista se abateu, criticou abertamente o técnico José Roberto Guimarães e foi se aventurar na Turquia. Pouco jogou, vítima de lesões seguidas. Talvez esta cirurgia e o longo processo de recuperação vá ser benéfico, em sua opinião. Mari valoriza mais os 10 anos em que representou o País. Quer voltar mais forte, mental e fisicamente. A seleção ainda está em seus planos.

“Não posso pensar em seleção este ano. Tenho primeiro que me recuperar. Mas certamente no ano que vem eu vou pensar (em retornar à seleção). Preciso conversar com o Zé (Roberto) e ver se estou disposta a enfrentar mais um ciclo olímpico”, disse Mari, que vai se submeter à cirurgia na semana que vem, no Rio.

A ponteira contou que ainda não conversou com Zé Roberto, nem o procurou depois do atrito causado pelo seu corte. “Mas tenho certeza que se eu ligar ele vai me atender normalmente e me ouvir.”

Mas isso é para depois. No momento, o objetivo de Mari é simplesmente voltar a jogar, seja pela seleção, pelo Fenerbahce ou por qualquer outro clube, de preferência um time do Brasil.

Em 2010 ela sofreu a mesma lesão, no joelho direito. Se recuperou, mas a oscilação em seu desempenho foi um dos motivos de seu corte no ano passado, aliada a desentendimentos com companheiras de equipe.

“A segunda vez é mais tranquila, nesse aspecto de que você sabe o que vai enfrentar. É uma recuperação muito chata, uma fisioterapia muito dolorosa. Mas estou muito nova para pensar em parar de jogar. Meu corpo se recupera rapidamente de lesões graves”, ressaltou a jogadora.

Mari tem contrato com o clube turco até maio. A insegurança de ficar sem contrato em meio a uma grave lesão não a preocupa. Mari supera problemas físicos desde o início da carreira, incluindo uma lesão no ombro direito que custou a carreira de muitos atletas do vôlei.