Para os clubes do interior, um possível retorno da Copa Sul seria uma oportunidade também de enfrentar grandes clubes do Brasil. Sem representantes no Campeonato Brasileiro, exceto na Série D, as equipes acreditam que trazer um Internacional ou Grêmio para suas cidades aumentaria a renda nos dias de jogos e a visibilidade do time. “É interessante. São jogos interestaduais, confrontos que movimentam e são atrativos maiores. A Copa Sul seria um caminho mais curto para entrarmos no cenário nacional. Até para uma melhoria estrutural e financeira seria mais fácil”, avaliou Adir Kist, diretor de futebol do Cianorte.
Nem mesmo o fato de o Campeonato Paranaense ficar esvaziado, com o Trio de Ferro inicialmente de fora, muda a ideia dos dirigentes. “Não vejo problema. Temos consciência de que geralmente existem dois tipos de campeonato, a briga do interior e da Capital, onde de vez em quando uma equipe do interior aparece na disputa do título”, revelou Adir Kist. “Não acredito, até porque, com o time que o Atlético está colocando em campo não faria diferença nenhuma”, acrescentou o gestor do Londrina, Sérgio Malucelli.
Segundo Fernando Ferreira, economista e diretor da Pluri Consultoria, um Estadual sem a presença dos times grandes fortaleceria os pequenos, que teriam chances reais de brigar por um título, além de no ano seguinte ter a chance de participar do Regional. “Os pequenos terão dois atrativos no Estadual sem os grandes. Primeiro, poder se classificar para o regional; segundo, poder gritar “é campeão”. Sem os grandes, as chances de um pequeno ser campeão é muito maior. Para um clube menor isto é muito importante”, avaliou Fernando Ferreira também não acredita em prejuízo financeiro, pelo fato de os times do interior não enfrentarem adversários mais fortes. “Sem os grandes, a média de público cai ainda mais, mas os pequenos não vão ter tanto prejuízo, porque terão custos menores e poderão sobreviver com menor público. Além disso, teriam calendário o ano todo”, acrescentou, lembrando que a média de público do Paranaense, mesmo com Atlético, Coritiba e Paraná, é semelhante à da Série D do ano passado, que contou com 2.302 pessoas por jogo.