São Paulo cai para o Arsenal na Argentina e se complica

Se precisava de uma vitória na Argentina para se manter com boas chances de classificação na Libertadores, o São Paulo complicou de vez sua situação nesta quinta-feira. A equipe brasileira cometeu erros bobos na defesa e parou no inspirado goleiro Campestrini na derrota por 2 a 1 para o Arsenal, em Sarandí, pela quarta rodada do Grupo 3 do torneio continental.

O resultado fez o São Paulo estacionar nos quatro pontos. O Arsenal chegou à mesma pontuação, mas leva desvantagem no saldo de gols – -1 a -3. Para garantir a vaga nas oitavas de final, o time brasileiro precisa vencer as duas últimas partidas da primeira fase, contra o The Strongest, na Bolívia, dia 4 de abril, e Atlético-MG, no Morumbi, dia 17. Já o Arsenal, volta a campo pela Libertadores contra o Atlético-MG, no dia 3 de abril, em Belo Horizonte.

Além de complicar a situação da equipe na competição, a derrota aumentou a pressão sobre Ney Franco. Em meio a rumores de demissão do treinador, o São Paulo volta as atenções para o Campeonato Paulista e no domingo enfrenta o Oeste, em casa, pela 12.ª rodada.

Pressionado, o time brasileiro entrou em campo nesta quinta com uma formação mais cautelosa, com três zagueiros. Sem Wellington e Luis Fabiano, suspensos, Edson Silva entrou na defesa, e Rodrigo Caio ganhou a vaga no meio. Do 4-3-3, a equipe foi para o 3-5-2.

O time parecia perdido com a mudança no início e viu o Arsenal perder chance inacreditável logo aos cinco minutos. Após cruzamento da esquerda, Rafael Tolói tentou cortar, acabou furando e a bola sobrou para o centroavante Furch. O jogador, no entanto, mais pareceu um zagueiro, porque dominou completamente sozinho, quase na entrada da pequena área, e bateu de esquerda por cima do gol.

Se na defesa o São Paulo não se achava, o ataque levava perigo ao adversário. Aos oito minutos, o Arsenal saiu jogando errado, Aloísio recuperou e tocou para Douglas, que bateu cruzado. A bola passou por todo mundo e sobrou para Osvaldo, que rolou para o meio. Aloísio chegou tocando, mas Campestrini se recuperou e fez uma defesa incrível em cima da linha.

O jogo era muito movimentado, com boas chances de ambos os lados. Aos 11 minutos, foi a vez do Arsenal chegar novamente. Furch desviou de cabeça para Benedetto, que teve espaço para pensar e tocar para Carbonero. O colombiano entrou livre pela direita e tocou na saída de Rogério Ceni, que fez grande defesa. Pouco depois, Marcone, em belo chute de fora da área, também assustou.

Aos poucos, o ritmo da partida diminuiu. A zaga são-paulina parecia mais acostumada com sua nova formação. Permitia que o Arsenal ficasse mais com a bola, mas impedia a chegada ao gol de Rogério. Ao mesmo tempo, os argentinos acertaram a marcação em Jadson e Osvaldo. Com isso, Aloísio era a principal peça ofensiva do time e chegou com perigo por duas vezes antes do intervalo.

O São Paulo voltou melhor para o segundo tempo e quase marcou aos sete minutos. Jadson achou Osvaldo pela esquerda. O atacante foi para cima, cortou o zagueiro e bateu no canto direito de Campestrini, que fez grande defesa. Pouco depois, o próprio Jadson arriscou de fora da área e o goleiro defendeu novamente.

Como no primeiro tempo, o jogo ficou movimentado no início da segunda etapa, com chances de ambos os lados. Aos nove, foi a vez de Rogério fazer boa defesa em chute de longe. No rebote, Benedetto cruzou para Furch, que só não marcou porque Edson Silva cortou. Na sequência, Ney Franco colocou Maicon e Ganso nas vagas de Lúcio e Douglas, mudando a equipe para o esquema 4-4-2.

As alterações funcionaram prontamente e aos 12 minutos Ganso deixou Aloísio na cara do gol, mas Campestrini apareceu bem novamente. Na volta, Jadson dominou e bateu para outra grande defesa do goleiro argentino.

Se o São Paulo parava em Campestrini, o Arsenal conseguir furar o bloqueio. Aos 20 minutos, Aguirre recebeu pela direita e bateu cruzado, exigindo boa defesa de Rogério. Edson Silva afastou, mas a sobra ficou com Marcone, que bateu de fora da área. A bola tocou na defesa e voltou para Ortíz, que chutou de primeira, da entrada da área, sem chances para o goleiro.

O empate não abalou o time brasileiro, que foi para cima e conseguiu o empate seis minutos depois. Sempre infernizando a defesa pelo lado esquerdo, Osvaldo recebeu e foi para cima de Gerlo. Ele passou pelo lateral e tocou para Aloísio, que bateu para outra defesa de Campestrini. Mas a bola voltou para o atacante, que, dessa vez, conseguiu passar pelo goleiro.

O empate só aumento a intensidade da partida. Se o Arsenal tinha Campestrino, o São Paulo contava com Rogério Ceni também inspirado e o goleiro evitou o gol argentino aos 33 minutos. Pérez avançou pela esquerda e cruzou na cabeça de Furch. Ele cabeceou no contrapé do capitão são-paulino, que foi buscar.

As duas equipes tinham muita dificuldade em parar os ataques adversários, o que fazia com que chances fossem criadas a todo momento. Depois de Carbonero ter bom momento pelo Arsenal, o São Paulo respondeu aos 37 minutos. Como no lance do gol, Osvaldo arrancou pela esquerda e tocou para Aloísio, que bateu fraco. A bola passou por Campestrini, mas a zaga tirou em cima da linha.

O castigo viria dois minutos depois. A defesa são-paulina falhou novamente em bola alçada na área e afastou mal. A sobra ficou com Braghieri, que dominou e encheu o pé de fora da área. A bola ainda tocou na trave antes de entrar, selando a vitória do Arsenal.

FICHA TÉCNICA:

ARSENAL 2 X 1 SÃO PAULO

ARSENAL – Campestrini; Gerlo (Torres), Lisandro López, Braghieri e Pérez; Carbonero, Ortiz, Marcone e Rolle (Aguirre); Benedetto (Celiz) e Furch. Técnico: Gustavo Alfaro.

SÃO PAULO – Rogério Ceni; Lúcio (Paulo Henrique Ganso), Toloi e Edson Silva; Douglas (Maicon), Rodrigo Caio, Denilson (Wallyson), Jadson e Cortez; Osvaldo e Aloísio. Técnico: Ney Franco.

GOLS – Ortíz, aos 20, e Aloísio, aos 26, e Braghieri, aos 39 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – Omar Ponce (Equador).

CARTÕES AMARELOS – Jadson, Douglas (São Paulo).

RENDA E PÚBLICO – não disponíveis.

LOCAL – Estádio Julio Grondona, em Sarandí (Argentina).

Voltar ao topo