Comissão de arbitragem decide abrir a ‘caixa preta’

Em entrevista coletiva realizada ontem à tarde, na sede da Federação Paranaense de Futebol, o presidente da comissão de arbitragem, Afonso Vítor de Oliveira, finalmente se dispôs a abrir a caixa preta sobre os recursos que bancam sua comissão e os descontos em borderô reclamados pelos clubes, os quais financiam a arbitragem paranaense.

Sobre a taxa cobrada em cada partida, de 2% do total da renda, que tem se tornado alvo de polêmicas, Afonso explicou que ela foi criada em 2006, justamente pelo fato de a FPF não ter dinheiro para arcar com os gastos que esta taxa cobre, que são os salários dos membros da comissão e dos observadores, que recebem R$ 200 por jogo trabalhado, além das despesas com locomoção. “Essa taxa é deduzida da renda para a manutenção da comissão de arbitragem desde 2006. Antes eram 3%, depois as equipes reclamaram e houve uma redução para 2%”, explicou, esclarecendo que apenas Curitiba e Londrina contam com observadores nas cidades. “São observadores que vão de outras cidades para os jogos (fora de Curitiba e Londrina). Logo, existem as despesas de deslocamento”, acrescentou, lembrando que houve jogos no 1.º turno do Estadual em que a porcentagem da renda não foi suficiente para arcar com todos os gastos, ficando a cargo da FPF.

Afonso Vítor de Oliveira também se defendeu da acusação de que é ele quem administra todo o dinheiro arrecadado. “O dinheiro é para a comissão, mas é administrado pela federação”, declarou. Quanto ao valor de R$ 72.873,66 arrecadados nos 66 jogos até aqui neste Estadual – e que podem chegar a R$ 160 mil até o final do ano -, Afonso explicou que serve para custear gastos até dezembro, uma vez que observadores de arbitragem são enviados para todas as partidas da Federação, e não só no futebol profissional. O dirigente ressaltou que em 2012 a taxa de 2% não foi cobrada nas segunda e terceira divisões.

Além disso, Afonso Vitor lembrou que a taxa só existe porque os clubes aceitaram que ela fosse cobrada e que para o ano que vem, se for decidido, pode voltar a ser paga pela FPF. “Isso não é uma lei, foi decidido pelos clubes. Pro ano que vem, os clubes podem se reunir e revogar isto”, destacou. A própria FPF já se manifestou dizendo que quando o valor da venda do Pinheirão for pago, pode isentar os times destes gastos.

Sobre a remuneração do trio de arbitragem, o presidente afirmou que, exceto a Federação Paulista de Futebol, em qualquer lugar é de responsabilidade dos clubes. “Eles (árbitros) não ganham nenhum dinheiro da federação, por que eles estão prestando um serviço às equipes”, afirmou Oliveira. Dentro desta remuneração, está incluso também uma taxa de R$ 400,00 para cada membro da arbitragem, referentes a deslocamento, hospedagem e alimentação.