São Paulo cria chances, mas só empata com Arsenal

Não é porque novamente ficou longe de fazer uma grande partida que o São Paulo não pode lamentar o empate em 1 a 1 com o Arsenal de Sarandi, nesta quarta-feira, no Pacaembu, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores. A equipe tricolor colocou três bolas na trave, exigiu pelo menos quatro grandes defesas do goleiro adversário, teve um pênalti em Luis Fabiano não marcado e levou o empate numa marcação polêmica do árbitro, que viu mão de Cortez na área. Jadson, numa bela assistência de Aloísio, fez o gol dos donos da casa.

O resultado complica a situação do São Paulo no Grupo 3 da Libertadores. A equipe paulista tem apenas quatro pontos, contra seis do Atlético-MG e três do The Strongest. Essas duas equipes jogam logo mais em Belo Horizonte. O Arsenal somou seu primeiro ponto.

Os dois times voltam a se encontrar na próxima quinta-feira, agora na Argentina. O São Paulo não vai poder contar com Wellington, já suspenso pelo terceiro amarelo, e com Luis Fabiano, que foi reclamar com o árbitro depois do jogo e acabou expulso. No domingo a equipe tricolor recebe o Palmeiras, no Morumbi, pelo Paulistão. Até este empate, o São Paulo defendia uma série de cinco vitórias seguidas.

O JOGO – O São Paulo começou a partida com apenas uma alteração em relação à equipe que venceu o The Strongest: Fabrício no lugar de Denilson. A alteração (de acordo com o São Paulo) causada por dores no joelho do titular, fez bem à equipe, que ganhou em poder de marcação, e também com a presença constante do ex-cruzeirense no ataque.

Os primeiros minutos, porém, foram ruins para os donos da casa, que chegavam com facilidade à cada vez mais vulnerável zaga tricolor. Mas a pressão não durou mais que 10 minutos nem exigiu grande defesa de Rogério Ceni. Depois de respirar, o São Paulo foi para cima.

Inicialmente a equipe exagerava na tentativa de tabelas, mas foi achando seu jeito de jogar, sempre pelas pontas. Aos 24 minutos, Osvaldo cruzou, Aloísio matou no peito e bateu de bate-pronto. A bola explodiu na trave e impediu um golaço.

As chances foram surgindo com certa naturalidade. Jadson arriscou rasteiro e mandou para fora, tirando tinta da trave, enquanto Osvaldo tentou duas vezes da entrada da área. Numa, surpreendeu o goleiro com um chute forte e acertou o poste direito. Na outra tentativa, exigiu defesa de Campestrini.

O Arsenal apostava num contra-ataque para matar o jogo. A chance foi aos 44 minutos. Furch recebeu nas costas de Douglas, mas mandou por cima, cara a cara com Rogério. Apesar de precisar vencer, a equipe argentina exagerava na catimba. Tanto que irritou o árbitro, que inicialmente deu dois minutos de acréscimo, mas depois resolveu somar outros dois.

E foi exatamente nesse tempo extra que o São Paulo abriu o placar. Osvaldo puxou contra-ataque rápido e tocou na direita. Jadson dominou, mas Aloísio, mais rápido, pegou a bola dele. Foi até a linha de fundo e deu lindo toque de calcanhar. O meia dominou e bateu forte, no alto, sem nenhuma chance de defesa para o goleiro.

Mal começou o segundo tempo, porém, e o São Paulo levou o empate. Cortez interceptou com o braço um cruzamento pela direita do ataque argentino e o árbitro viu falta, o que causou revolta dos são-paulinos. Benedetto, atacante que havia entrado no intervalo, bateu muito bem e deixou tudo igual.

Ney Franco agiu rápido e trocou Fabrício por Ganso. Com isso, deixou a defesa desprotegia. E aí o Arsenal cresceu no jogo, chegando diversas vezes com perigo na área. A equipe argentina percebeu a deficiência tricolor pelo alto e abusou dos chuveirinhos.

O São Paulo só voltou a dominar o meio-campo – e o jogo – quando Maicon entrou no lugar de Aloísio. Foi tocando a bola que a equipe passou a criar chances. Numa delas, Jadson e Ganso tabelaram, Jadson saiu na cara do goleiro, mas teve o chute travado. Em outra, o meia arriscou de longe e carimbou a trave pela terceira vez.

Depois de ouvir pedidos de “raça” vindos das arquibancadas, o São Paulo levantou a torcida. Osvaldo e Ganso exigiram duas grandes defesas de Campestrini. Luis Fabiano, apesar da partida apagada, sofreu um pênalti claro na área, sendo empurrado pelo marcador, mas o árbitro Wilmar Roldan nada deu.

Precisando vencer para praticamente eliminar o Arsenal – e com isso garantir tranquilidade no jogo da quinta que vem -, Ney Franco foi para o tudo ou nada com Cañete no lugar de Wellington. As chances continuaram surgindo e exigindo defesas difíceis de Campestrini, como num chute cruzado de Osvaldo e numa batida de falta de Rogério Ceni. Mas a noite era mais do goleiro argentino do que do ataque tricolor.

FICHA TÉCNICA:

SÃO PAULO 1 X 1 ARSENAL DE SARANDI

SÃO PAULO – Rogério Ceni; Douglas, Lúcio, Rafael Tolói e Cortez; Fabrício (Paulo Henrique Ganso), Wellington (Cañete) e Jadson; Osvaldo, Aloísio (Maicon) e Luis Fabiano. Técnico – Ney Franco.

ARSENAL DE SARANDI – Campestrini; Gerlo, Cuesta e Braghieri; Perez (Ortiz), Lopez, Marcone, Lugüercio (Benedetto), Carbonero e Rolle (Torres); Furch. Técnico – Gustavo Alfaro.

GOLS – Jadson, aos 47 minutos do primeiro tempo; Benedetto, de pênalti, aos 3 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – Wilmar Roldan (Colômbia).

CARTÕES AMARELOS – Osvaldo, Rafael Tolói, Fabrício, Wellington, Carbonero, Benedetto, Rolle, Campestrini e Perez.

RENDA – R$ 1.192.655,00.

PÚBLICO – 25.814 pagantes.

LOCAL – Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP).

Voltar ao topo