Tênis adota passaporte biológico para combater o doping

O tênis resolveu adotar o programa de passaporte biológico e irá aumentar o número de exames de sangue como parte de um nova iniciativa para combater o doping na modalidade, atendendo assim uma reivindicação dos próprios tenistas. A Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) confirmou nesta quinta-feira que as novas medidas entrarão em vigor este ano e terão efeito para homens e mulheres, em um esforço para assegurar que a modalidade esteja limpa do uso de substâncias ilegais.

O passaporte biológico acompanha o perfil sanguíneo de um jogador ao longo de um tempo com o objetivo de poder notar algumas mudanças que possam indicar o uso de doping. O sistema já é utilizado no atletismo e no ciclismo e resultou em punições aplicadas a atletas que não testaram positivo para substâncias proibidas.

“A implementação do passaporte biológico do atleta é um importante passo na evolução do programa antidoping do tênis, uma vez que nos fornece uma grande ferramenta na luta contra o doping no nosso esporte”, afirmou Francesco Ricci Bitti, presidente da ITF.

A entidade disse que o novo projeto irá significar um aumento no número de exames de sangue realizados a cada ano, assim como um crescimento geral do número de controles antidoping fora do período de competição, que são considerados o método mais eficaz para flagrar fraudes. O número de testes que serão realizados anualmente, porém, ainda não foram informados pela ITF.

A nova iniciativa adotada pela entidade foi anunciada nesta quinta-feira após um encontro realizado nesta semana que contou com grupos de combate ao doping compostos por dirigentes da ITF, da ATP, da WTA e dos quatro torneios de Grand Slam do circuito profissional. E todos eles expressaram “apoio unificado” ao programa antidoping, garantiu a Federação Internacional de Tênis.

Os tenistas do circuito profissional já estão sujeitos a serem submetidos regulamente a exames para detectar a presença de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), mas a recente confissão do ex-ciclista Lance Armstrong, que admitiu em janeiro passado o uso de substâncias ilegais durante a sua carreira e teve seus títulos cassados, fez o alerta contra este tipo de prática ilegal aumentar em todos os esportes.

O suíço Roger Federer e o britânico Andy Murray, dois dos principais tenistas do circuito profissional, também pediram recentemente pela implementação de mais testes feitos fora do período de competição e por mais exames de sangue para combater o uso de doping na modalidade.

“Os jogadores têm sido claros de que apoiam um aumento do investimento em programas antidoping e sentimos que esse é o caminho mais eficaz para mostrar ao mundo que o tênis é um esporte limpo”, disse Brad Drewett, presidente da ATP, a Associação dos Tenistas Profissionais.

O tênis vem recebendo críticas pela falta de testes mais rigorosos contra o doping, particularmente os de controle de sangue. Em 2011, por exemplo, a ITF e a Wada realizaram apenas 21 exames fora de competição – utilizados para detectar uso de hormônios de crescimento, EPO, transfusões de sangue e outras substâncias dopantes. E a grande maior dos testes na modalidade em 2011 (2019 de um total de 2150) foram realizados por meio de coleta de urina.

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