Patrocínio do Atlético pode estar com os dias contados

O contrato de patrocínio da Caixa Econômica Federal com o Atlético está sob risco, assim como os assinados com Avaí, Figueirense e Goiás. Isso pode acontecer nos próximos dias se o advogado de Porto Alegre, Antonio Pani Beiriz, mover nova ação popular contra os outros clubes beneficiados com a parceria junto à instituição financeira. Anteontem, em decisão de caráter liminar, o juiz Altair Antônio Gregório, da 6.ª Vara Federal de Porto Alegre, suspendeu os pagamentos previstos no contrato com o Corinthians.

O advogado Antonio Pani Beiriz explicou que só pediu a anulação do patrocínio da Caixa Econômica Federal com o Corinthians por desconhecer o acordo da instituição financeira com os outros clubes do futebol brasileiro. “Não sabia de outros contratos da Caixa com os outros times. Vou estudar essa questão e, se o juizado mantiver a decisão e julgar o caso procedente, vamos pedir a suspensão dos pagamentos também dos outros times”, avisou o advogado.

O motivo que fez Beiriz mover a ação popular e pedir o cancelamento do patrocínio da Caixa com o Corinthians, primeiramente, foi a constatação de que a parceria é prejudicial à União. “Esses patrocínios são lesivos aos interesses da Caixa e ao Tesouro Nacional. Quando isso acontece, qualquer cidadão pode entrar com a ação popular. A finalidade da Caixa não é essa, de investir em empresas privadas. É preciso investir em publicidade constitucional e informar a benesse dos seus produtos. Isso não acontece estampando sua marca na camiseta de qualquer time”, emendou o advogado.

O autor da ação popular disse ainda que o juiz que lhe deu parecer favorável nesse caso deixou claro que a Caixa não pode firmar esse tipo de acordo. Para Beiriz, a instituição bancária deverá rever todos os contratos firmados até agora. “Com essa decisão, a Caixa Econômica deverá revisar essas parcerias e não fazer com outros clubes que pretendia”, esclareceu.

Este poderá ser um fator a mais que pode pesar no processo de renovação do patrocínio entre Atlético e Caixa Econômica Federal. No início do ano, a instituição bancária informou, através da sua assessoria de comunicação, que a blindagem imposta pelo clube à imprensa, e a pouca exposição da sua marca na mídia, poderia ser um fator relevante no momento do prolongamento do contrato com o Furacão.

No caso do Corinthians, a 6ª Vara Federal de Porto Alegre requisitou novas informações, mas a Caixa não forneceu os dados solicitados. Por isso, segundo Beiriz, o parecer favorável foi expedido pelo juiz. A Caixa e o Corinthians tem cinco dias para recorrer da decisão, que impõe multa diária de R$ 150 mil.