Conmebol lamenta morte, mas se cala sobre punição

Mais de 12 horas depois da confirmação da morte do torcedor do San José, Kevin Douglas Beltrán Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador que partiu da torcida corintiana que foi ao Estádio Jesus Bermúdez, na noite da última quarta-feira, em Oruro, a Confederação sul-americana de Futebol (Conmebol) finalmente se manifestou sobre o assunto no final da manhã desta quinta. A entidade lamentou a tragédia, mas não se manifestou em relação a possíveis punições ao Corinthians.

O novo Código Disciplinar da Conmebol, criado no fim do ano passado e que passou a valer neste edição da Copa Libertadores, prevê em seu artigo 11 que qualquer clube pode ser punido por causa da atitude de sua torcida, enquanto o artigo 18, que cita possíveis penas a ser aplicadas, diz que entre as punições estão multa, anulação de jogo, perda de pontos, atuar com portões fechados, proibição de jogar em um estádio ou no seu país e até a exclusão da competição.

Por meio de seu site oficial, a entidade apenas expressou à Federação Boliviana de Futebol “profundo pesar pelo falecimento de um jovem na noite de 20 de fevereiro”. Na carta aberta endereçada ao presidente da entidade, o organismo que comanda o futebol sul-americano destacou que “uma jovem vida foi tirada sem nenhuma razão, causando luto e dor entre os familiares, que nunca compreenderão um desfecho deste e que não tem vínculo com o que pretende o futebol, como esporte do povo”.

Nesta quinta-feira pela manhã, o presidente Mario Gobbi decretou luto oficial de sete dias no Corinthians em razão da morte do jovem torcedor, mas inicialmente minimizou, em entrevista para a TV Globo, o risco de punição ao Corinthians “enquanto não provarem que haja dolo, de alguém no incidente, como já ocorreu inúmeras vezes em manifestações públicas em estádios”. Entretanto, admitiu que “os fogos têm esse risco” quando utilizados de forma irresponsável.

Doze torcedores corintianos que estavam no Estádio Jesus Bermúdez foram detidos pela polícia boliviana e estão em Oruro para prestar depoimento sobre o ocorrido, que marcou de forma trágica a estreia do Corinthians nesta edição da Copa Libertadores.

Voltar ao topo