Nadal diz que ATP não se preocupa com jogadores

Ainda se recuperando da tendinite no joelho esquerdo que o tirou das quadras por sete meses, Rafael Nadal não poupou críticas à Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) pelo excesso de torneios disputados em quadras duras. Para o ex-número 1 do mundo, o piso é responsável por muitas das lesões dos atletas e a entidade deveria se preocupar em alongar a carreira profissional dos tenistas.

“As quadras duras são agressivas para nossas articulações – costas, tornozelo, joelho. Não imagino jogadores de futebol jogando sobre cimento. O tênis é o único esporte que comete esse erro e acho que não vai mudar, pelo menos não na minha geração. A ATP se preocupa muito pouco com os jogadores”, disse o espanhol, durante a entrevista coletiva que antecedeu sua estreia no Brasil Open, nesta terça-feira, no Ginásio do Ibirapuera.

“Acredito que a ATP deve trabalhar para aumentar a carreira dos nossos tenistas, para que as futuras gerações possam ter uma vida esportiva, não só profissional. Competir tanto no cimento nos custa muito, o que é uma pena, até para a nossa vida. Eu gosto muito de esportes, quero seguir jogando tênis como diversão, ou futebol com os meus amigos. Mas não sei se terei condições.” Nadal, que foi criado nas quadras de saibro, tinha o desejo de se tornar jogador de futebol profissional antes de se dedicar totalmente ao tênis e é conhecido por ser um grande fã de golfe.

O espanhol também se posicionou contra a regra que promete ser mais rígida quanto ao limite de tempo que um tenista tem para sacar – no máximo, 25 segundos. “As regras devem melhorar o esporte, não piorar. As pessoas gostam de ver pontos disputados, grandes partidas realizadas em quatro horas. E aí, 25 segundos não são suficientes”, observou Nadal.

“Se a ATP quer um esporte que seja só de velocidade, a regra está boa. Mas se quer um esporte que tenha estratégia e tática, grandes partidas e pontos espetaculares, então a regra não é boa. Eu sou apenas mais um a dar opinião, mas posso dizer que, no vestiário, os jogadores não estão muito contentes.”

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